O encontro aconteceu neste sábado (11) em Riad, capital saudita, e também reuniu membros da Liga Árabe.
Além do fim imediato dos ataques, a cúpula pede que Israel acabe com os bloqueios por terra, ar e água contra o enclave palestino e também que forneça acesso à população civil para a ajuda humanitária enviada por países árabes, islâmicos e internacionais.
Até o momento, pouco mais de 500 caminhões chegaram a Gaza pela fronteira com o Egito e, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), são necessários pelo menos 300 por dia.
O secretário-geral da OCI, Hissein Brahim Taha, destacou a solidariedade e o "apoio inabalável" demonstrado por todas as nações "ao povo palestino", e também reafirmou o compromisso conjunto com a causa central do grupo: a criação do Estado da Palestina, aprovada pela Assembleia Geral da ONU desde 1947, mas que até hoje não foi efetivada.
Taha pediu um "cessar imediato, duradouro e completo da atual agressão israelense" contra o povo palestino e a abertura de corredores humanitários para fornecer ajuda e insumos essenciais à Faixa de Gaza de maneira adequada e sustentável.
Com mais de 80% da população na extrema pobreza, a região é uma das mais vulneráveis do mundo e tem índices de desemprego acima de 45%, que também é resultado do bloqueio israelense em vigor desde 2007.
Entre os países que participaram da cúpula, estavam autoridades do Egito, Catar, Turquia, Indonésia, Nigéria e Arábia Saudita, além de representantes da Palestina.
O ministro das Relações Exteriores saudita, Faisal bin Farhan, acrescentou que as nações estão autorizadas a "iniciar ações imediatas a nível internacional em nome de todos os estados membros destas organizações para parar a guerra na Faixa de Gaza".
Outro objetivo é garantir medidas para alcançar a paz duradoura e abrangente no Oriente Médio.
Israel diz que cessar-fogo representa rendição ao Hamas
Em diversas ocasiões, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou qualquer possibilidade de cessar-fogo até que o Hamas seja destruído.
Para o premiê, o fim da guerra antes de alcançar esse objetivo pode representar uma rendição israelense ao movimento.
Sob essa justificativa, as Forças de Defesa de Israel (FDI) não tem poupado nem hospitais, escolas, campos de refugiados e até abrigos geridos pela ONU.
Só na última sexta (10), mais de 50 pessoas morreram em um bombardeio a uma escola que era usada como abrigo pela população civil. Quase dois terços dos palestinos em Gaza já deixaram a região Norte do território por conta dos ataques, em um êxodo sem precedentes para o Sul.
Israel declarou guerra ao Hamas no dia 7 de outubro, após ataques com foguetes que driblaram o sistema de defesa e atingiram várias cidades do país judeu. Além disso, cerca de 240 pessoas foram feitas reféns e seguem sob o poder do grupo, que na mesma data também provocou a morte de 1,4 mil israelenses.