Panorama internacional

Hamas diz que não chegou a acordo para liberar reféns detidos em Gaza

Cerca de 240 pessoas mantidas sob o poder do Hamas desde o dia 7 de outubro na Faixa de Gaza seguem sem previsão de serem libertadas. O movimento informou neste domingo (12) que ainda não chegou a acordo e acusou Israel de tentar obstruir as negociações, segundo o porta-voz libanês Osama Hamdan.
Sputnik

"Não podemos dizer que estamos nos aproximando de um acordo ou nos afastando dele até que um acordo final seja alcançado. No momento, nenhuma fórmula para o acordo relativo aos reféns foi encontrada. O lado israelense está impedindo a libertação dos reféns", afirmou Hamdan em entrevista ao canal Al TV Jazeera.

Anteriormente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou à emissora norte-americana NBC News que o acordo para libertar os reféns está cada vez mais próximo por conta da pressão militar do país.

EUA admitem que Israel precisa 'minimizar' vítimas

Ataques a hospitais, escolas, campos de refugiados e até abrigos da ONU. Esse tem sido o cenário quase diário do conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, país que, segundo as Nações Unidas, é suspeito de cometer crimes de guerra. Toda essa pressão militar fez os Estados Unidos admitirem pela primeira vez que o aliado precisa tomar medidas para minimizar o número de vítimas civis.
A declaração é do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em entrevista na quinta (9) ao canal de televisão japonês NHK.
Questionado sobre o aumento do número de palestinos mortos, que após cinco semanas de guerra já ultrapassa 11 mil só em Gaza, Blinken afirmou que Israel tem o direito de se defender depois dos ataques do Hamas no dia 7 de outubro, quando foguetes conseguiram romper o sistema de defesa e militares do movimento entraram pela fronteira sul.
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Apesar disso, afirmou que tudo deve acontecer segundo o direito humanitário internacional, que Israel é acusado de não respeitar.
"E há medidas, medidas adicionais, que acreditamos que Israel pode e deve tomar para minimizar as vítimas civis e o sofrimento das pessoas. É um desafio muito difícil, porque o que o Hamas faz é se inserir intencionalmente no meio dos civis, coloca seus comandantes, postos de comando, armas e munições dentro ou embaixo de edifícios, escolas, mesquitas, hospitais", justificou.
Mesmo com a população civil praticamente sem alimentos, remédios e até recorrendo a fontes de água poluída, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já disse em várias ocasiões que não há possibilidade de um cessar-fogo. Já o secretário norte-americano disse que conversou com o premiê sobre o elevado número de civis e a necessidade de aumentar a assistência humanitária — em cerca de três semanas, pouco mais de 500 caminhões chegaram ao território, enquanto a ONU diz que a necessidade é de 300 por dia.
O conflito israelense-palestino, relacionado com os interesses territoriais no Oriente Médio, tem sido uma fonte de tensão e de combates na região durante muitas décadas. A decisão da ONU em 1947 determinou a criação de dois estados, mas apenas o israelense foi criado.
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