O ato contou com a presença de vários membros do governo francês, como a primeira-ministra Élizabeth Borne. Ainda participaram da manifestação os ex-presidentes Nicolas Sarkozy (2007-2012) e François Hollande (2012-2017), além da líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen.
Em coro, os manifestantes pediram a libertação dos quase 240 reféns pelo Hamas e também gritaram que "o antissemitismo não tem lugar aqui".
Preconceito religioso na França
A manifestação acontece em meio ao crescimento dos casos de preconceito contra a religião islâmica na França.
Nas últimas semanas, o presidente da França, Emmanuel Macron, que participou da marcha, vem criticando Israel por conta do elevado número de mortos na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Para Macron, os ataques de Israel na Faixa de Gaza não têm razão ou legitimidade e devem ser interrompidos.
"De fato, hoje os civis são bombardeados. Esses bebês, essas senhoras, esses idosos são bombardeados e mortos. Portanto, não há razão para isso nem legitimidade. Por isso, pedimos a Israel que pare", conforme publicou a BBC.
Apesar disso, as autoridades francesas chegaram a proibir concentrações pró-palestinas no país, incluindo em Lyon, Marselha e Paris. Mesmo assim, as manifestações atraíram centenas de participantes, que foram detidos e multados pela polícia.
Em 7 de novembro, o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, comunicou que desde o início da atual escalada do conflito palestino-israelense, foram registrados mais de mil atos de antissemitismo na França, o dobro na comparação com o ano passado.
Atos pela Europa
As ruas de Londres foram tomadas por mais de 800 mil pessoas em apoio ao povo palestino no sábado (11), no quinto protesto registrado na capital do Reino Unido desde o início do conflito há cinco semanas. O ato aconteceu no Dia do Armistício, data em que os ingleses fazem homenagens aos mortos durante as guerras. Na sexta (10), o governo chegou a solicitar que protestos pró-palestina fossem reprimidos.
Com bandeiras nas cores preta, vermelha, branca e verde, manifestantes marcharam com cartazes pedindo o fim dos bombardeios.
Após cinco semanas, a guerra em Gaza já deixou mais de 11 mil palestinos mortos, além de destruir bairros inteiros e desabrigar mais de 1,6 milhão de pessoas.
Em diversas ocasiões, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descartou qualquer possibilidade de cessar-fogo até que o Hamas seja destruído. Para o premiê, o fim da guerra antes de alcançar esse objetivo pode representar uma rendição israelense ao movimento.
Sob essa justificativa, as Forças de Defesa de Israel (FDI) não tem poupado nem hospitais, escolas, campos de refugiados e até abrigos geridos pela ONU. Só na última sexta (10), mais de 50 pessoas morreram em um bombardeio a uma escola que era usada como abrigo pela população civil.