Obtido pelo portal Axios, o memorando insta os oficiais sêniores dos Estados Unidos a reexaminarem suas políticas em relação a Israel e a exigirem um cessar-fogo em Gaza. Esse não é o primeiro sinal de que um motim interno acontece entre os funcionários mais jovens do governo Biden.
Segundo o texto, Biden teria disseminado "desinformação" em seu discurso do dia 10 de outubro, em que demonstrou apoio a Israel. Os funcionários também recomendam que o governo dos EUA "defenda a libertação de reféns, tanto pelo Hamas como por Israel", citando "milhares" de palestinos detidos em Israel.
Os servidores foram, contudo, mais críticos quanto às ações de Netanyahu, como cortar a eletricidade, as telecomunicações, deslocar centenas de milhares de palestinos, limitar a entrada de ajuda humanitária e bombardear civis. Para eles, essas ações "constituem crimes de guerra e/ou crimes contra a humanidade sob a lei internacional".
"No entanto, não conseguimos reavaliar a nossa postura em relação a Israel", afirma o memorando. "Dobramos nossa assistência militar inabalável ao [governo israelense] sem limites claros ou realçáveis."
A resposta de Biden quanto ao conflito tem se mostrado um desafio para a liderança do Partido Democrata frente às eleições de 2024. O atual presidente vê sua popularidade cair frente a diferentes segmentos do eleitorado, seja pelas ações em relação a Israel, seja pela insistência em dar continuidade ao auxílio à Ucrânia, cujos cidadãos norte-americanos estão cada vez mais cansados.