"Depois que mais duas unidades com capacidade de 1.200 megawatts cada forem colocadas em operação, as importações de energia poderão ser interrompidas", afirmou o chefe do escritório, Pal Kovacs, acrescentando que a Hungria já possui redes elétricas sincronizadas com sete países vizinhos.
Além disso, os funcionários da Paks iniciaram trabalhos preparatórios para prolongar a vida útil de quatro unidades operacionais até meados da década de 2050, enquanto a sua vida útil era inicialmente prevista para 30 anos, disse Kovacs. A decisão final sobre a questão vai caber à Autoridade Húngara de Energia Atômica, mas acredita-se que o projeto já esteja implementado, acrescentou.
Ao mesmo tempo, Budapeste planeja interromper a operação da usina elétrica a carvão localizada no vale da cordilheira Matra já em 2025, uma vez que "está obsoleta e polui significativamente o ambiente", disse Kovacs à Sputnik. .
A este respeito, Kovacs sublinhou também que a usina nuclear de Paks poderia ser expandida ainda mais no futuro, dado que a Hungria se comprometeu com a estratégia de descarbonização da União Europeia (UE) e a única opção possível de energia renovável é a energia nuclear. Ao contrário da energia solar e eólica, a energia nuclear, embora seja de baixo carbono, pode ser produzida em quantidades suficientes durante todo o ano, destacou ele.
A única usina nuclear da Hungria, Paks, gera cerca de um terço de toda a eletricidade do país. Segundo o planejamento do governo, com a expansão, é previsto que o percentual de produção de energia aumente após o comissionamento das duas novas unidades. A liderança húngara tem enfatizado repetidamente que a energia nuclear é uma forma de garantir a segurança energética do país.
As quatro unidades da central nuclear de Paks, de 500 megawatts, foram construídas entre 1982 e 1987, e a sua vida útil de 30 anos foi prolongada em 20 anos entre 2012 e 2017, para permitir o seu encerramento entre 2032 e 2037.
No final de 2014, a Rússia e a Hungria assinaram um acordo sobre a construção de dois reatores avançados adicionais. As partes concordaram que a Rússia alocaria um empréstimo de US$ 10,6 bilhões (cerca de R$ 51,5 bilhões) para financiar a construção das unidades. A empresa nuclear estatal russa Rosatom disse em fevereiro que a construção estava prevista para começar em 2024.