O texto, preparado pelo Observatório do Clima, uma coalizão de ONGs e grupos de pesquisa dedicados a questões ambientais, foi divulgado nesta quinta-feira (16), duas semanas antes do início da cúpula que acontecerá a partir de 30 de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes.
"O mundo não tem outro caminho a seguir que não a eliminação a passos rápidos da exploração dos combustíveis fósseis. O tema necessita ser colocado como prioridade absoluta na COP28. Precisamos de cronogramas de descarbonização em todos os países, com atenção para a responsabilidade dos mais ricos em apoiar os demais nesse processo. Precisamos também do estabelecimento de zonas de exclusão da proliferação dos combustíveis fósseis, e a Amazônia deve estar no topo dessa lista", pontua Suely Araújo, coordenadora de políticas públicas do Observatório do Clima.
As entidades também estão advogando pela instituição de um tributo sobre os lucros imprevistos das empresas petrolíferas — aqueles obtidos em momentos de crise, como ocorreu na Guerra da Ucrânia —, com a finalidade de destinar tais recursos para iniciativas de combate às mudanças climáticas em nações menos desenvolvidas e emergentes.
O manifesto destaca as análises mais recentes sobre as emissões provenientes de fontes fósseis em todo o mundo, enfatizando que, sem uma redução substancial na produção e na demanda, torna-se inviável alcançar os objetivos do Acordo de Paris.
De acordo com os organizadores, a intenção é que o documento seja entregue à Secretaria-Geral da Presidência da República, ao Itamaraty e ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima como uma demanda da sociedade civil, delineando metas a serem levadas à COP28.