Segundo fontes ouvidas pelo UOL, agentes da PF e da Procuradoria relataram ainda que a Aeronáutica vem ignorando o pedido de compartilhamento de dados sobre voos ilegais nos últimos meses. Esse fato marca mais um episódio nas tensões recentes entre a PF e as Forças Armadas.
Um dos motivos desse descompasso, afirmou um pedido de acesso à informação, é que nem todo voo ilegal na fronteira é sinônimo de crime para a FAB.
Já os órgãos de policiamento são unânimes em afirmar que constituem atividade criminosa.
Isso porque, segundo os investigadores, uma decolagem sem plano de voo, ou plano de voo irregular, que cruza a fronteira tem como objetivo realizar atos criminosos, como tráfico internacional de drogas, tráfico de animais, lavagem de dinheiro e garimpo ilegal.
Autoridades desconheciam banco de dados da Aeronáutica
A existência do banco de dados da FAB de voos ilegais na região da Amazônia foi revelada à Controladoria-Geral da União (CGU) após pedidos de informação do UOL.
Autoridades da lei, como o procurador da República Alexandre Aparizi e o diretor de Amazônia da PF Humberto Freire, ficaram surpresos com a existência desses dados. Ainda mais porque agentes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) devem "compartilhar dados, informações e conhecimentos" entre si, conforme o Decreto nº 11.639 deste ano.