"Muitos residentes de Gaza foram detidos em prisões israelenses, onde disseram que enfrentam abusos, incluindo espancamentos e desnutrição. Os detidos também disseram que não tiveram acesso à Internet e não tiveram nenhuma forma de se comunicar com suas famílias em Gaza durante várias semanas", noticiou o jornal The Wall Street Journal nesta quinta-feira (16).
De acordo com a mídia, após o ataque do Hamas as autoridades israelenses detiveram milhares de pessoas residentes em Gaza e que trabalhavam em Israel. A ação foi realizada com anuência das autoridades. Segundo a publicação, os militares israelenses acusaram os palestinos, sem qualquer prova, de serem agentes do Hamas.
"Éramos trabalhadores com licença legal… A guerra começou enquanto estávamos em Israel, não temos nada a ver com isso. Por que estamos sendo punidos por isso?", disse um dos palestinos detidos ao jornal.
10 de novembro 2023, 18:13
A mídia afirma que muitos trabalhadores foram detidos sem documentos porque Israel revogou as suas autorizações de trabalho. Israel usou a brecha como uma justificativa legal para a sua detenção, afirmam advogados e grupos de direitos humanos.
"As condições [da detenção] eram terríveis. Bebíamos água dos banheiros porque quase não havia água ou outros suprimentos", contou ao jornal outro palestino detido em Israel.
Segundo uma organização não governamental que cuida das questões relacionadas aos prisioneiros palestinos, as forças de segurança israelenses já detiveram mais de 2,5 mil palestinos desde o dia 7 de outubro, quando se iniciou o conflito.
Israel, por sua vez, disse que vai manter um número indeterminado de detidos até o dia 30 de novembro, sob leis de emergência, até a realização de um julgamento, informou o jornal.
Sobre a situação dos prisioneiros, Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), afirmou à mídia que "isso vai contra nossos valores morais e contra o código das FDI", acrescentando que o Exército israelense está investigando os incidentes.