"Entre as principais razões da atual tensão no mundo, está precisamente a pretensão de certas forças à exclusividade, incluindo a exclusividade cultural, o seu desdém por outros costumes e valores espirituais, a sua aspiração de submeter tudo e todos a uma unificação de acordo com o seu próprio modelo, que consideram o melhor e mais universal", afirmou Putin.
"Este tipo de globalização vulgar e expansionismo cultural resultou na supressão e no empobrecimento das culturas e multiplicou muitas vezes o potencial de conflito."
O presidente russo destacou que a cultura eslava é parte integral das tradições europeias, afirmando ainda que deseja ver a cultura russa mais entrelaçada com o restante do planeta. "O futuro está no desenvolvimento livre, multilinear e diversificado das culturas, no diálogo mais amplo das comunidades humanitárias do mundo multipolar que hoje nasce", afirmou.
A humanidade não pode ser dividida em "primeira e segunda classe, como carne", sublinhou.
Putin aproveitou a oportunidade para comentar outros tópicos atuais, como o conflito em Gaza.
"Coisas terríveis estão acontecendo na Faixa de Gaza e na Palestina neste momento", disse.
O presidente da Federação da Rússia também falou sobre o BRICS, um dos bastiões do novo mundo multipolar prenunciado por Putin. Segundo o político, o BRICS não é uma organização militar, mas sua formação permite construir entendimentos mútuos.
"A Rússia não quer romper relações com ninguém; ela não 'fecha portas, nem janelas'", concluiu o líder russo.