A pobreza nos territórios da Palestina poderá aumentar em 45%, ou atingir cerca de 660.000 pessoas, se o conflito entre Israel e Hamas continuar pelo terceiro mês, revela uma projeção das Nações Unidas.
O estudo, intitulado "Guerra de Gaza: Impactos Socioeconômicos Esperados no Estado da Palestina", determinou que a taxa de pobreza total na Cisjordânia e na Faixa de Gaza subiria de 26,7% para 38,8% da população de 5,5 milhões de pessoas, segundo um relatório do Programa de Desenvolvimento da ONU (UNDP, na sigla em inglês) e da Comissão Econômica e Social da ONU para a Ásia Ocidental.
O PIB da Palestina também pode cair 12,2%, ou US$ 2,5 bilhões (R$ 12,11 bilhões), sublinha o relatório.
Israel declarou guerra ao Hamas no dia 7 de outubro, quando foi alvo de ataques sem precedentes vindos da Faixa de Gaza que conseguiram driblar o sistema de defesa antimísseis. A incursão terrestre de militantes do grupo pela fronteira sul deixou mais de 1.300 mortos em Israel, além de 240 pessoas raptadas.
Em resposta, as Forças de Defesa de Israel (FDI) iniciaram uma operação militar contra o Hamas. O país também anunciou o bloqueio total da Faixa de Gaza, interrompendo o fornecimento de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível. As ações israelenses já resultaram em mais de 12.000 palestinos mortos.
"Essa avaliação nos alerta que os impactos dessa guerra também terão efeitos duradouros e não se limitarão a Gaza", avaliou no texto Achim Steiner, administrador do UNDP.
"A guerra está acelerando rapidamente a pobreza em uma população que já era vulnerável antes do início da crise", advertiu ele.