Conforme Putin, as autoridades russas já estão se esforçando para
garantir que o país tenha uma das jurisdições mais seguras para o bom desenvolvimento da inteligência artificial.
Além disso, Putin cobrou que qualquer ameaça trazida pela tecnologia às pessoas deve ser minimizada e reforçou a necessidade de preservar dados pessoais. "Em um futuro próximo, será assinado um decreto presidencial e aprovada uma nova versão da estratégia nacional para o desenvolvimento da inteligência artificial", adiantou.
Ainda durante o discurso, o presidente russo disse que vai discutir a experiência do país entre os demais membros do BRICS.
No próximo ano, a Federação da Rússia preside o grupo, que, para além do próprio país, conta com Brasil, China, Índia, África do Sul e, a partir do próximo ano, Argentina, Irã, Arábia Saudita, Etiópia, Egito e Emirados Árabes Unidos.
"Proponho
discutir essas questões em detalhes no âmbito da presidência russa do BRICS no próximo ano", afirmou.
Durante discurso, o presidente Vladimir Putin lembrou ainda que a tecnologia vai mudar drasticamente a vida das pessoas e, por isso, a Rússia deve estar à frente dessas transformações. Com isso, ressaltou a necessidade de criar infraestrutura para o uso da inteligência artificial.
A pesquisa e o desenvolvimento da inteligência artificial pode ganhar
financiamentos adicionais na Rússia com o apoio de empresas do país, frisou Putin durante o evento.
"Estamos prontos para pensar em mudar a estrutura do financiamento da ciência e direcionar fundos adicionais para pesquisa e desenvolvimento no campo da inteligência artificial generativa e de grandes modelos de linguagem, desde que as nossas empresas líderes se comprometam a cofinanciar esse trabalho e a garantir testes relevantes", afirmou. O objetivo é criar produtos inovadores que sejam competitivos com os modelos líderes mundiais.
Por fim, o presidente russo disse que vai instruir os ministros a formularem um programa educacional sobre inteligência artificial para executivos de empresas e agências governamentais.
Nesta semana, a OpenAI chegou a demitir seu CEO, Sam Altman, que trabalhava no desenvolvimento de uma inteligência artificial perigosa e extremamente preocupante. Isso resultou em seu afastamento do cargo, que dias depois foi revertido. Somente no início do mês, após anos de atuação de startups e empresas no desenvolvimento da IA, que os Estados Unidos regulamentaram as diretrizes para o setor.
O presidente Vladimir Putin pontuou que o Ocidente ainda detém um "perigoso" monopólio da tecnologia e reforçou a necessidade de rivalizar com os chatbots ocidentais "tendenciosos".
"Acho que vocês estão bem cientes de que alguns motores de busca ocidentais, bem como alguns modelos generativos, muitas vezes funcionam de uma forma muito seletiva e tendenciosa", afirmou.