Mondino aproveitou a visita-relâmpago para convidar oficialmente o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o evento de posse de Javier Milei em 10 de dezembro. A futura ministra entregou uma carta do presidente argentino direcionada a sua contraparte brasileira e busca agora um telefonema entre os dois presidentes, afirmou o jornal argentino Clarín.
"Sabemos que os nossos dois países estão intimamente ligados pela geografia e pela história e, com base nisso, queremos continuar a partilhar áreas de complementaridade, ao nível da integração física, do comércio e da presença internacional, que permitam traduzir toda esta ação conjunta, em ambos os lados, em crescimento e prosperidade para argentinos e brasileiros", diz a carta.
As autoridades discutiram as relações bilaterais entre as nações sul-americanas e o estágio das negociações do acordo comercial Mercosul-UE. A reunião foi acompanhada pelos embaixadores do Brasil em Buenos Aires, Julio Bitelli, e da Argentina em Brasília, Daniel Scioli, afirmou o Itamaraty.
Durante sua campanha eleitoral, Milei repetidamente afirmou que pretendia focar na cooperação com os Estados Unidos e Israel, enquanto queria abandonar os laços com os principais parceiros comerciais da Argentina, China e Brasil, citando o fato de não querer fazer negócios com comunistas e socialistas.
Ao mesmo tempo, Milei mais de uma vez criticou pessoalmente Lula chamando-o de "corrupto". Em resposta, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse que Milei deveria pedir desculpas ao líder brasileiro pelos comentários ofensivos. Além disso, o presidente eleito da Argentina convidou o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL), principal adversário do atual líder brasileiro, para sua posse.
Depois de vencer a eleição, Milei suavizou seu discurso em relação ao Brasil e afirmou que não seria contra a visita de Lula. Mondino afirmou também que a Argentina não irá romper as relações com o Brasil.