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Lula quer aumentar relações bilaterais com Arábia Saudita e fala em 'investimentos mútuos' (VÍDEO)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveita sua viagem ao Oriente Médio, para a COP28, para reaquecer as relações bilaterais com Riad visando investimentos para o novo Programa de Aceleração ao Crescimento (Novo PAC) do governo.
Sputnik
Na terça-feira (28), o presidente Lula (PT) fez uma parada estratégica na Arábia Saudita com o objetivo de arrecadar investimentos para o Brasil. Esta foi a primeira parada de uma viagem que deve passar pelo Catar — local da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP28 — e por Berlim, na Alemanha.
Em reunião com as autoridades sauditas, Lula falou em investimentos mútuos, mas ressaltou que, apesar do interesse em reaquecer as relações bilaterais com o país no que tange ao volume de investimento e comércio entre eles, o presidente também falou da relevância da entrada da Arábia Saudita no BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e convidou Riad a considerar a ampliação de seus investimentos junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do grupo.

"Quando eu estive na Arábia Saudita, em 2009, na reunião que fizemos com empresários, e na época com o rei Abdullah [bin Abdulaziz Al Saud], eu dizia que o Brasil não andava o mundo apenas atrás de investimento, e que o Brasil não andava o mundo apenas atrás de vender os seus produtos. Eu tentava mostrar a ideia de que a gente precisaria construir uma nova relação entre países, uma nova relação entre empresários e uma nova relação entre governos, e passei a trabalhar a ideia de que nós estamos viajando na tentativa de construir parcerias. Não é apenas saber quanto o fundo da Arábia Saudita pode investir no Brasil, mas é saber também quanto os empresários brasileiros podem investir na Arábia Saudita. É essa troca e esse novo jeito de fazer política externa que pode mudar um pouco a face do comércio mundial", disse Lula no encerramento da Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita.

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De acordo com a apuração do UOL, no bojo da viagem está o interesse em captar investimentos para o Novo PAC, carro-chefe do governo para o ano que vem, que depende, entretanto, das parcerias público-privadas (PPP) para atingir o valor almejado de até R$ 1 trilhão em quatro anos.
A Arábia Saudita já é o maior parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio. Segundo a Casa Civil, o governo espera receber cerca de R$ 10 bilhões dos sauditas. A promessa é que o Novo PAC seja o destino "de grande parte dos recursos".
Ainda segundo a apuração, o investimento saudita deve ser voltado, em especial, a obras de infraestrutura ligadas ao setor de transporte. O governo pretende captar investimentos para as ferrovias de Integração Oeste-Leste e Norte-Sul. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, também há interesse na criação de voos diretos entre os dois países.
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