Os EUA estão enviando caças F-16 para a Grécia, mas se recusam a fornecê-los para a Turquia, apesar de Ancara já ter pago pelos aviões, disse no sábado (2) o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
Apesar do fato, disse Erdogan aos repórteres ao retornar dos Emirados Árabes Unidos, a Turquia segue seus esforços para construir relações com a Grécia.
Em abril de 2021, os EUA excluíram a Turquia do programa F-35 depois que Ancara comprou os sistemas de defesa antiaérea S-400 da Rússia. Erdogan comunicou no final daquele ano que Washington havia oferecido a compra dos jatos F-16 em seu lugar, que estão uma geração atrás dos F-35.
No entanto, o acordo precisa da aprovação do Congresso dos EUA, onde muitos legisladores se opõem fortemente à iniciativa, em particular, devido aos atrasos da Turquia na aprovação da adesão da Suécia à OTAN e às violações do espaço aéreo da Grécia por caças turcos.
Apesar de ambos pertencerem à OTAN, Grécia e Turquia estão em conflito há décadas, com o risco de um confronto armado surgindo várias vezes. As questões em disputa incluem reivindicações territoriais no leste do Mediterrâneo, em especial na região do mar Egeu, onde a Turquia acusa repetidamente a Grécia de instalar armas, violando o Tratado de Lausanne de 1923.
Outros pontos de conflito são o Chipre, que tem ligações históricas com a Grécia, e cuja parte setentrional é detida pela Turquia desde 1974, bem como a delimitação das fronteiras marítimas.
No entanto, após o terremoto devastador que ocorreu na Turquia em 6 de fevereiro de 2023, Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro da Grécia, ligou para Erdogan e prometeu ajuda. Ancara respondeu passado pouco tempo expressando condolências pelo acidente ferroviário mortal na Grécia que ocorreu em 28 de fevereiro. Os acontecimentos marcaram o possível início de uma nova era nas relações bilaterais.