A ida do presidente Vladimir Putin ao Oriente Médio - junto a grande delegação incluindo chefes da chancelaria, Banco Central, Rosatom, Ministério do Comércio, entre outros - prova que Moscou não permitiu que as pressões, sanções e profundo desejo de isolamento da Rússia por parte dos Estados Unidos e da União Europeia dessem certo.
Muito desse resultado tem a ver com a implementação bem-sucedida da diplomacia russa que somou triunfos internacionais, destacando a próxima presidência de Moscou no início de 2024 do BRICS.
Aviões das Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos liberam fumaça nas cores da bandeira do Estado russo enquanto sobrevoam o Palácio Qasr Al Watan durante uma visita do presidente Vladimir Putin, a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, 6 de dezembro de 2023
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Nos Emirados Árabes Unidos, Putin foi recebido em Abu Dhabi com as mais altas honras pelo sheik Mohamed bin Zayed Al Nahyan, o qual se referiu ao líder russo como seu "amigo".
Da mesma forma, a visita à Arábia Saudita incluiu uma recepção incomum por parte de vários príncipes da Casa Real.
O presidente russo reuniu-se informalmente com o primeiro-ministro, Mohammed bin Salman, em um encontro onde se destacou o aprofundamento e a colaboração para apoiar o preço do petróleo.
O presidente russo, Vladimir Putin, e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, chegam para uma reunião no Palácio Al Yamamah, em Riad, na Arábia Saudita, 6 de dezembro de 2023
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As visitas enérgicas (no duplo sentido do surpreendente ímpeto físico pessoal e de produção de hidrocarbonetos) de Putin a dois relevantes produtores de petróleo, para não falar dos proprietários de pletóricos fundos de investimento, abalaram o tabuleiro geopolítico do Oriente Médio.
Isso aconteceu a tal ponto, que o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, visitou o seu homólogo russo um dia depois e abordou questões cruciais para ambos os países, onde destacou a guerra na Faixa de Gaza e, segundo fontes, o esforço para concluir o famoso Corredor Internacional Norte-Sul que ligará São Petersburgo desde o mar Báltico, passando pelo mar Cáspio até chegar a Mumbai, na Índia.
O presidente russo, Vladimir Putin, dá as boas-vindas ao presidente iraniano, Ebrahim Raisi, antes de uma reunião no Kremlin em Moscou, na Rússia, 7 de dezembro de 2023
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Parece que os BRICS+ e a OPEP+ — com a recente e espetacular incorporação do Brasil — estão começando a definir os contornos da inevitável nova ordem mundial de natureza eminentemente multipolar, em detrimento da unipolaridade globalista anglo-saxônica.
Este corredor russo-iraniano-indiano, em uníssono com a Nova Rota da Seda da China, faz parte da nova infraestrutura logística da nova ordem multipolar que utiliza vários vetores multidimensionais.
Finalmente, os triunfos militares, geoeconômicos e diplomáticos do presidente russo são a plataforma para a sua nova candidatura presidencial na próxima primavera, onde a Rússia já vive a "Era Putin".