Durante a conversa, Netanyahu expressou apreço pelo esforço da Rússia para libertar um cidadão russo-israelense que estava detido pelo Hamas e reafirmou que o país vai recorrer a todos os meios para conseguir libertar os demais reféns sob o poder do movimento.
Ao longo da trégua de uma semana para a chegada de ajuda humanitária e libertação dos reféns, o Hamas permitiu a saída de 80 dos cerca de 220 pessoas mantidas sob cárcere na Faixa de Gaza. Ainda foram soltos outros 240 palestinos das prisões em Israel.
O primeiro-ministro israelense ainda solicitou ajuda da Rússia para pressionar a Cruz Vermelha apoio com relação às visitas e chegada de medicamentos essenciais para o grupo que segue detido pelo Hamas.
Na última sexta-feira (8), a Rússia votou a favor de uma resolução dos Emirados Árabes Unidos que mais uma vez pedia por cessar-fogo. Porém, o texto foi vetado pelos Estados Unidos, mesmo diante de outros 13 votos favoráveis e a abstenção do Reino Unido.
ONU pede criação do Estado palestino
No fim de novembro, quando a aprovação da resolução aprovada na Organização das Nações Unidas (ONU) completou 76 anos, a entidade voltou a pedir que comunidade internacional atue para viabilizar a criação de dois Estados no Oriente Médio: um árabe e outro judeu.
A declaração foi da diretora-geral do escritório das Nações Unidas em Genebra, Tatiana Valovaya. "Já passou da hora de avançarmos de forma determinada e irreversível em direção a uma solução de dois Estados, com base nas resoluções das Nações Unidas e no direito internacional", enfatizou.
Desde o dia 7 de outubro, quando o Hamas realizou um ataque sem precedentes contra o território israelense e provocou a morte de 1,2 mil pessoas, a Faixa de Gaza convive com uma das guerras mais sangrentas das últimas décadas. Os bombardeios das Forças de Defesa de Israel já fizeram mais de 1,7 milhão de palestinos da região deixarem suas casas — ou 80% da população local.
Com isso, voltou a crescer a pressão internacional sobre a solução de dois Estados: o de Israel, já implementado, e da Palestina, cuja população até hoje vive em áreas dominadas militarmente pelo país judeu. O plano aprovado na primeira metade do século passado na ONU também prevê domínio internacional sobre Jerusalém.
Caso o acordo avance, o Estado Palestino iria compreender os territórios da Cisjordânia, com quase três milhões de habitantes, e da Faixa de Gaza, que tem outros 2,3 milhões — aproximadamente 5,3 milhões de pessoas. Porém, Israel defende que a região seja desmilitarizada para não ameaçar a sua própria segurança.
Outra disputa é com relação a Jerusalém: os palestinos defendem que a capital do Estado seja Jerusalém Oriental, que inclui os locais sagrados para muçulmanos, judeus e cristãos, enquanto Israel considera a cidade sua capital "eterna".
Na ONU, o embaixador palestino Ibrahim Khraishi afirmou que os assentamentos israelenses na Cisjordânia, que já somam 500 e uma população superior a 700 mil pessoas, dificultam cada vez mais a solução de dois Estados. Porém, Khraishi acredita que esse seja “o momento” para avançar na medida.