O encontro vai discutir os impactos do rompimento de uma das minas operadas pela multinacional, em Maceió, capital de Alagoas, no último domingo (10).
O déficit habitacional de aproximadamente 40 mil domicílios está entre os temas da pauta. O prefeito de Maceió, que se encontra em Brasília, informou ainda que esteve com o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), que estará com ele em reuniões com o Governo Federal para "trazer auxílio a Maceió".
Além de Arthur Lira, o prefeito e o governador, são esperados no encontro com Lula o ministro dos Transportes, Renan Filho, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha e e os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Fernando Farias (MDB-AL) e Rodrigo Cunha (Podemos-AL).
Mais cedo, o governador Paulo Dantas (MDB) e um representante do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), assinaram nesta manhã carta conjunta de compromissos, em que as autoridades locais afirmam que acionarão a Justiça "pleiteando a restituição dos bens" das áreas afetadas que atualmente pertencem a Braskem.
De acordo com a Braskem, foram desembolsados R$ 3,8 bilhões em indenizações para a desocupação de 14,5 mil imóveis nos bairros de Bebedouro, Bom Parto, Farol, Mutange e Pinheiro - classificados como áreas de risco, por conta do afundamento do solo detectado em 2018.
Nas últimas semanas, o risco iminente de colapso tem mobilizado autoridades, com afundamento do solo acumulado de mais de dois metros.
Braskem e a tragédia socioambiental em Maceió
Uma das maiores mineradoras do mundo, a Braskem atuava em 35 minas em Maceió para a exploração do sal-gema, usado na indústria química.
A empresa paralisou as atividades no município em 2019, um ano após a descoberta dos riscos de rompimento em Maceió, que provocou instabilidade do solo, que já cedeu mais de dois metros. Mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região e cerca de 200 mil pessoas foram afetadas.
Estudos apontaram que falhas graves no processo de mineração levaram à instabilidade do solo e, em 2020, as primeiras desocupações começaram em três bairros por conta de tremores de terra que abalaram a estrutura dos imóveis.