Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse durante sua importante coletiva de imprensa na quinta-feira (14) que o trabalho da Rússia como presidente do BRICS será dedicado a uma ordem mundial justa.
Wan Qingsong, vice-diretor do Centro de Estudos Russos e Eurasiáticos da Universidade Pedagógica da China Oriental, disse que a Rússia não só quer "avançar firmemente em direção à construção de uma ordem mundial justa, mas também se tornou uma expressão da opinião comum dos países não ocidentais, que são a maioria no planeta".
"Ou seja, ela reflete a insatisfação aguda desses países com os enormes desafios que enfrentam em seu desenvolvimento interno e externo devido à atual ordem político-econômica internacional injusta", opinou.
Segundo o especialista, o surgimento dela é inevitável, pois tem uma sólida base histórica e prática, por exemplo, devido ao sistema de relações internacionais westfaliano que surgiu após 1648, que "quase sempre envolveu a participação conjunta de forças pluralistas, diversas e multipolares, chegando, às vezes, à liderança conjunta desse processo".
Ela seria um contraponto à proclamada "ordem mundial baseada em regras" da minoria ocidental, especialmente contra o monopólio do Ocidente sobre o "lado certo da história".
A ascensão do grupo de economias emergentes e em desenvolvimento representado pelo BRICS já se tornou assim uma tendência irreversível, apesar de retrocessos e dificuldades ocasionais, aponta Wan. No entanto, como citou Xi Jinping, presidente da China, na Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS em agosto de 2023, "não importa a força da resistência, o BRICS, como uma força de positividade, estabilidade e bondade, crescerá".