Panorama internacional

Hamas diz que perdeu contato com 5 reféns após bombardeamentos; 76 pessoas da mesma família morrem

Grupo diz que após ação israelense, não conseguiu mais se comunicar com militantes encarregados de manter reféns. Na Cidade de Gaza, outros bombardeios vitimaram 90 pessoas; 76 delas eram da mesma família, incluindo um veterano funcionário do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas.
Sputnik
Neste sábado (23), o Hamas emitiu um comunicado dizendo que perdeu contato com o grupo responsável por cinco reféns israelenses mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza devido ao bombardeio israelense, segundo informou a agência Reuters.

"O grupo acredita que os reféns foram mortos durante o ataque israelense", afirmou Abu Ubaida, porta-voz do braço armado do Hamas, as Brigadas Al-Qassam.

Na sexta-feira (22), mais de 90 palestinos, incluindo dezenas de parentes, foram mortos em ataques aéreos israelenses contra duas casas, disseram equipes de resgate e funcionários de hospitais ouvidos pela agência AP News.
Uma das casas está localizada na Cidade de Gaza e outra no campo de refugiados urbanos de Nuseirat. Na moradia da cidade, o ataque matou 76 pessoas da família al-Mughrabi, tornando a ação uma das mais mortíferas da guerra que já dura dois meses e meio.
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Entre os mortos estavam Issam al-Mughrabi, um veterano funcionário do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP, na sigla em inglês), sua esposa e seus cinco filhos.

"A perda de Issam e de sua família afetou profundamente a todos nós. A ONU e os civis em Gaza não são um alvo. Esta guerra deve acabar", disse Achim Steiner, chefe da agência, citado pela mídia.

Mais tarde, também na sexta-feira (22), um ataque explodiu a casa de Mohammed Khalifa, um jornalista de TV local em Nuseirat, o matando e a pelo menos 14 outras pessoas, segundo funcionários do vizinho Hospital dos Mártires de Al Aqsa, para onde os corpos foram levados.
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Os bombardeios acontecem um dia depois do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertar novamente que nenhum lugar é seguro em Gaza e que a ofensiva contínua de Israel está criando "enormes obstáculos" para distribuição de ajuda humanitária.
Na quinta-feira (21), o presidente israelense, Isaac Herzog, reiterou a posição de seu governo de que a chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza não acontece por má administração da ONU, e que se o órgão "não reclamasse o dia todo" mais ajuda chegaria, conforme noticiado.
No entanto, Guterres disse ontem que é um erro medir a eficácia da operação humanitária pelo número de caminhões: "O verdadeiro problema é que a forma como Israel está conduzindo esta ofensiva está criando enormes obstáculos à distribuição de ajuda humanitária dentro de Gaza", afirmou.
A ofensiva das Forças de Defesa de Israel (FDI) tem sido uma das campanhas militares mais devastadoras da história recente, deslocando quase 85% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza e arrasando grandes áreas do pequeno enclave costeiro, escreve a mídia norte-americana.
Mais de meio milhão de pessoas em Gaza — um quarto da população — estão passando fome, de acordo com um relatório publicado esta semana pelas Nações Unidas e outras agências.
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Mais de 20 mil palestinos foram mortos na guerra de Israel para destruir o Hamas e mais de 53 mil ficaram feridos. Do lado israelense, 1.200 pessoas foram mortas e cerca de 200, sequestradas.
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