Qual é a divisão política da América Latina?
"Foi um episódio terrível que estremeceu a democracia no Equador e também colocou em xeque até mesmo as eleições, mas que terminou com a vitória do Daniel Noboa, candidato da direita clássica. As eleições ocorreram democraticamente, mas o país segue com problemas gravíssimos, como o próprio tráfico de drogas, que agora é operado por cartéis mexicanos", esclarece a professora da Unifesp.
Por que os chilenos rejeitaram a nova Constituição?
"Houve toda essa questão com os plebiscitos, que no fim de 2022 [a rejeição do projeto] foi uma derrota para a esquerda. E na segunda rodada a direita também acabou perdendo. Fica uma situação de empate na mudança constitucional chilena", analisa Flavia Loss. A rejeição aconteceu justamente por conta do peso político que ambos os lados colocaram em cada texto.
Onde fica Essequibo?
"Isso foi algo que marcou a política da América do Sul neste fim de ano. No final das contas, por meio de uma mediação do Brasil e da CELAC [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos], conseguimos pelo menos atenuar essas tensões momentaneamente, o que eu considero também uma vitória da diplomacia na nossa região", frisa.
Quem é Milei?
"Todo mundo questiona como serão as relações exteriores da Argentina, e a gente ainda não tem essa resposta. Ele mudou muito o discurso enquanto candidato e agora enquanto presidente eleito, mas está cedo ainda para a gente saber para onde vai a política externa na Argentina. Temos visto alguns acenos aí para o Brasil, para o Mercosul e até para a China, mas agora ele tem problemas muito graves internamente", declara.
"Por muitos anos foram colocados sempre como países subordinados, mas que, na verdade, são esses países produtores da riqueza mundial. Então a união desses povos certamente é muito importante para o desenvolvimento mundial, para o desenvolvimento de uma nova forma de humanidade, de um novo modelo civilizacional", finaliza.