Panorama internacional

'Apenas meio de preservar hegemonia americana': analista traça paralelos entre Palestina e Ucrânia

Enquanto continuam as guerras que chamam atenção mundial, muitos cientistas políticos analisam o envolvimento dos EUA nos assuntos. A Sputnik conversou com um especialista em relações internacionais que explicou qual caraterística destaca tanto o conflito na Ucrânia como o na Faixa de Gaza.
Sputnik
Mahmoud al-Efendi, analista político e especialista em assuntos russos, comentou à Sputnik a entrevista do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, com Dmitry Kiselev, diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual Sputnik faz parte.

Conflitos em Gaza e na Ucrânia têm as mesmas raízes?

Considerando a hegemonia dos Estados Unidos, o analista abordou o controle de todas as formas possíveis que enfrenta o Oriente Médio.
"Na Ucrânia a Rússia está combatendo os inimigos da Palestina, representados pelos países ocidentais, que privaram o povo palestino de seus direitos."
Ao mesmo tempo, al-Efendi acredita que o enfraquecimento da influência de Washington na região obrigará Israel a assinar um armistício e reconhecer o Estado palestino.
No entanto, apelos à existência dos dois Estados não convêm aos EUA, porque Israel, assim como a Ucrânia, "é apenas um meio de preservar a hegemonia americana", opinou.

Reação da maioria mundial

Regras impostas pelos EUA fazem com que vários países e instituições internacionais aspirem a conter a hegemonia. A desdolarização do BRICS, que une cerca de dois terços da população mundial, é só um exemplo dessa resposta de defesa.
Acordos, concluídos entre o BRICS e a União Econômica Eurasiática (UEE) para criação de uma zona de livre comércio, serão mais uma medida de fortalecimento do bloco econômico, disse o analista à Sputnik.
"No âmbito do BRICS, já se formam pequenas alianças que introduzem ativamente moedas nacionais nas relações comerciais bilaterais. Por exemplo, o uso do rublo russo e do yuan chinês na atividade comercial entre a Rússia e a China atingiu 90%."
Se os dez países com economias fortes passarem a realizar pagamentos em moedas nacionais, a participação do dólar nos mercados mundiais será reduzida, enfatizou.
Embora, na opinião de al-Efendi, seja impossível abandonar completamente o dólar, o BRICS e outras alianças econômicas podem enfraquecer significativamente o papel da moeda norte-americana.
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