A medida tomada pelo grupo é uma retaliação à guerra promovida por Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 22,5 mil palestinos mortos. O porta-voz houthi, Dhifallah al-Shami, afirmou em um comunicado que a declaração representa "uma falha moral e uma tentativa miserável de encobrir os crimes de Israel".
Além dos Estados Unidos e do Reino Unido, assinam o documento os governos de Austrália, Bahrein, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Alemanha, Itália, Japão, Países Baixos, Coreia do Sul, Cingapura e Nova Zelândia.
No texto, o grupo ainda pediu a libertação de navios e tripulações detidos ilegalmente. "Os houthis serão responsáveis pelas consequências caso continuem ameaçando vidas, a economia global e o livre fluxo do comércio nas vias navegáveis críticas da região", disseram os países.
Apoio ao genocídio
Segundo o porta-voz, mesmo diante da gravidade da crise humanitária em Gaza, os países ocidentais seguem apoiando "mais genocídios contra o povo palestino". Além de já levar fome a mais de 90% da população, o conflito destruiu bairros inteiros, e 2 milhões de pessoas estão desabrigadas.
Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, os houthis intensificaram os ataques a navios ligados a Israel, exigindo a entrada de ajuda alimentar e médica na Faixa de Gaza. O grupo controla grande parte do norte do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa, e a estratégica cidade portuária de Hodeida, no mar Vermelho. Desde novembro, um navio de carga operado por japoneses e vinculado a uma empresa israelense está retido na cidade.
Na semana passada os Estados Unidos, juntamente com outros países ocidentais, formaram uma coalizão marítima contra os houthis. As forças navais do país responderam a um chamado de socorro de um barco mercante que relatou uma tentativa de ataque. Na ocasião, três barcos do movimento iemenita foram afundados e dez membros, mortos.