Conforme o dirigente, o trabalho de espionagem foi realizado por meio "da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra 30 mil opositores". Já os dados recolhidos de forma ilegal foram armazenados em uma nuvem localizada em um servidor de Israel.
"Esses dados das pessoas, cidadãos brasileiros que foram monitorados, estavam armazenados na nuvem em Israel, porque a empresa responsável por essa ferramenta é israelense", disse Rodrigues.
Além da ilegalidade da prática, realizada sem qualquer permissão judicial, o sistema contratado para realizar a espionagem também opera fora da legislação brasileira: é o FirsMile, da empresa israelense Cognyte, adquirido durante o governo do ex-presidente Michel Temer para ser usado na intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
Na época, diante do crescimento da violência e da falta de recursos no estado fluminense, então administrado pelo governador Luiz Fernando Pezão, Michel Temer decretou a intervenção na segurança, liderada pelo general Walter Braga Netto. Mais tarde, o militar foi ministro de Bolsonaro e, durante as eleições de 2022, foi candidato a vice-presidente na chapa.
Já em outubro do ano passado, a PF prendeu dois ex-agentes da Abin de Bolsonaro por espionagem, acusados de usar indevidamente o sistema de geolocalização como forma de chantagem para evitar uma demissão.