A declaração do presidente russo aconteceu durante uma visita à cidade de Anadyr, na península de Chukotka, no extremo nordeste do país. "As principais economias europeias passam por maus momentos. Nós temos crescimento, e eles decrescimento. […] Não nos alegramos, mas os fatos continuam a ser fatos, e resulta que a dependência deles de nós é maior do que a nossa dependência deles", afirmou.
Conforme Putin, a Rússia alcançou melhores índices econômicos, mesmo com as diversas sanções ocidentais, que tiveram o efeito contrário e até intensificaram o fenômeno da desdolarização no mundo.
"O principal é que nós nos mostramos a nós mesmos e ao mundo inteiro que a Rússia é um país autossuficiente em todos os sentidos da palavra. Forte e avançando, olhando para o futuro com confiança. Este é absolutamente o resultado mais importante do ano passado", acrescenta.
No final de 2023, a UE estimou as perdas decorrentes de suas próprias sanções. Só em relação ao gás, que antes era importado da Rússia, ocorreu um gasto adicional de 185 bilhões de euros (R$ 897,7 bilhões). Ao mesmo tempo, Moscou dobrou seus fornecimentos para a Ásia e conseguiu romper o teto do petróleo, recuperando as receitas. No total, a Europa perdeu quase US$ 1,5 trilhão (R$ 7,28 trilhões).
Além da maior produção econômica, o país conseguiu reduzir até o fim de dezembro a dívida externa em um terço. "O Estado está reduzindo [a dívida], e as principais empresas [russas] estão reduzindo, pagando empréstimos a tempo e fazendo outras coisas que tornam suas finanças mais equilibradas e saudáveis", declarou o presidente russo. Com relação à taxa de pobreza, Putin ressaltou que chegou ao menor índice histórico, embora seja necessário reduzir a zero.
Economia cresceu acima das previsões do FMI
Em mais uma confirmação do momento econômico na Rússia, as expectativas para 2023 foram maiores do que se esperava até o Fundo Monetário Internacional (FMI). Dados do último relatório do Banco Mundial apontam que o produto interno bruto (PIB) russo cresceu 2,6% em 2023, quando o esperado era de 1,6%.
Conforme o texto, o índice foi impulsionado por um substancial apoio fiscal, com gastos militares adicionais. Já para 2024, a estimativa do FMI é de que haja uma alta de 1,3%, ante apenas 0,7% para a UE. No ano passado, o aumento da economia europeia, segundo os especialistas, foi de apenas 0,4%.