Panorama internacional

Grupo de direitos humanos do Egito exorta autoridades do país a abrir totalmente a passagem de Rafah

Apelo foi feito após Israel culpar o Egito pelo bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza; Egito rechaça acusação, e diz que Israel tenta se eximir de responsabilidade diante da possibilidade de condenação por genocídio em Haia.
Sputnik
O grupo de direitos humanos Fundação Sinai pelos Direitos Humanos, que atua no Egito, na região do Sinai, exortou, nesta sexta-feira (12), as autoridades egípcias a abrir totalmente a passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para permitir a saída de palestinos feridos e a entrada de ajuda humanitária no enclave.
"A Fundação Sinai apela às autoridades egípcias para que assumam as suas responsabilidades, abram totalmente a passagem terrestre de Rafah e permitam a passagem de palestinianos feridos da Faixa de Gaza para tratamento, e também permitam a entrada de ajuda humanitária e de ajuda acumulada nas áreas de Al-Arish e Rafah para a Faixa de Gaza sem demora", disse o grupo.
O apelo foi feito em uma postagem do grupo na rede social X (antigo Twitter), na esteira da declaração dada, nesta sexta-feira, por representantes de Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, onde Israel responde por genocídio contra a população palestina, no âmbito da denúncia pelo crime apresentada pela África do Sul.
A representação israelense afirmou que "Israel não impediu a entrada de ajuda em Gaza, e o Egito é totalmente responsável pela passagem de Rafah".
O governo egípcio rechaçou a declaração de Israel. O chefe do Serviço de Informações do Estado do Egito, Diaa Rashwan, destacou que, desde o início da ofensiva israelense, o governo de Israel não permitiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza, especialmente combustível, segundo noticiou a emissora Al Mayadeen. Ele afirmou ainda que a acusação é uma tentativa de Israel de se eximir da responsabilidade pelo controle da passagem de Rafah.
"Quando o Estado de ocupação [Israel] se viu acusado com provas documentadas de crimes [de genocídio e de guerra] perante a Corte Internacional de Justiça, recorreu a culpar o Egito numa tentativa de escapar à provável condenação. A soberania do Egito estende-se apenas ao lado egípcio da passagem de Rafah, enquanto o outro lado em Gaza está sujeito à autoridade real da ocupação", disse Rashwan.
Ativistas pró-Palestina marcaram para o próximo sábado (13) uma marcha global em solidariedade ao povo palestino. Mais de 120 cidades do mundo, dos seis continentes, participarão da marcha, e a expectativa é reunir milhões de manifestantes pelo fim da violência no enclave.
Desde o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza mais de 23 mil pessoas foram mortas no enclave, sendo 70% do total mulheres e crianças. Outras 7 mil estão desaparecidas. No lado israelense, foram 1.139 mortes.
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