De acordo com o governo do país árabe, a medida acontece como contrapartida à permissão pelo Hamas para o envio de medicamentos aos reféns mantidos em cárcere na Faixa de Gaza — cerca de 130 seguem no território.
"Majed bin Mohammed al-Ansari, porta-voz oficial do Ministério das Relações Exteriores, anunciou o sucesso de uma mediação do Catar em cooperação com a amistosa República da França, ao chegar a um acordo entre Israel e o Hamas, onde medicamentos, juntamente com outros auxílios humanitários, serão entregues aos civis na Faixa de Gaza, nas áreas mais afetadas e vulneráveis, em troca da entrega de medicamentos necessários para os cativos israelenses em Gaza", escreveu o ministério.
Em dezembro, o Catar ajudou a mediar outra negociação entre Israel e o Hamas, que levou a um cessar-fogo de uma semana, o único desde o início da guerra na região. Na ocasião, foram libertadas aproximadamente 110 pessoas, em troca de centenas de palestinos que estavam detidos nas unidades prisionais do país judeu.
A precariedade em que vivem os quase 2,3 milhões de habitantes do enclave é tanta que a maioria precisou improvisar tendas que chegam a abrigar até 30 pessoas de uma mesma família. Porém, faltam todos os insumos básicos, inclusive água potável, e mais de 90% enfrentam níveis altos de insegurança alimentar, conforme relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
Isso por conta dos bloqueios por terra, ar e água realizados pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) desde o início da guerra. Antes dos confrontos intensos, pelo menos 500 caminhões com ajuda humanitária entravam por dia através do posto de controle de Rafah, na fronteira com o Egito, o único que não é controlado pelos israelenses.
Qual o motivo do conflito entre judeus e palestinos?
O conflito entre Israel e a Palestina tem sido uma fonte de tensão e de combates na região há muitas décadas. Uma decisão da ONU em 1947 determinou a criação de dois Estados, mas apenas o israelense foi criado.
No confronto mais recente, que começou em 7 de outubro, após ataques do Hamas ao território israelense, a Autoridade Nacional Palestina acusou Tel Aviv de usar fósforo branco na cidade de Gaza, a mais afetada pelo conflito. Armas com esse tipo de substância, quando em contato com oxigênio, liberam um vapor branco que causa queimaduras sérias e podem até levar à morte. O uso é proibido em conflitos desde 1997.
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu responde a um processo movido pela África do Sul, com o apoio de países como o Brasil, no Tribunal Penal Internacional (TPI), por crimes contra a humanidade.