De acordo com a CNN, Joe Biden e Benjamin Netanyahu debateram ao telefone os possíveis atributos de um futuro Estado palestino que, em última análise, "precisariam ser negociados". A mídia descreveu a conversa como "séria" e "detalhada".
Ao longo do telefonema, Netanyahu explicou a Biden que os comentários públicos que ele fez um dia antes – nos quais rejeitava a solução de dois Estados – não tinham o objetivo de excluir esse resultado de qualquer forma, escreve a mídia.
Perguntei ao presidente Biden se uma solução de dois Estados seria impossível enquanto Netanyahu estivesse no poder. Ele disse "não" e que "existem vários tipos de soluções de dois estados". Ele consentiu quando perguntei se eles conversaram sobre isso durante o telefonema desta manhã.
Horas após a ligação, Biden fez referência a essa possibilidade ao conversar com repórteres na Casa Branca, dizendo acreditar que "existem vários tipos de soluções de dois Estados".
"Há vários países que são membros da ONU que [… ] não têm Forças Armadas próprias; uma série de Estados que têm limitações e, portanto, acho que há maneiras de isso funcionar [...] avisarei vocês quando conseguir que ele [Netanyahu] concorde", disse Biden citado pela mídia.
No entanto hoje (20), através de uma declaração publicada por seu gabinete e divulgada pelo jornal The Times of Israel, Netanyahu rejeitou a notícia de que ele não descartava a criação de um Estado palestino.
"Na sua conversa de ontem [19] à noite com o presidente Biden, o primeiro-ministro Netanyahu repetiu a sua posição consistente durante anos, que também expressou em uma conferência de imprensa no dia anterior [18]: após a eliminação do Hamas, Israel deve permanecer no total controle de segurança da Faixa de Gaza para garantir que Gaza não representará mais uma ameaça para Israel – e isso entra em conflito com as exigências da soberania palestina", afirmou a nota publicada nesta tarde.
Enquanto uma solução não é encontrada, o conflito chega a marca dos 24.927 palestinos mortos e mais de 1,1 mil israelenses desde 7 de outubro do ano passado.
Também hoje (20), os Emirados Árabes Unidos (EAU) instaram Washington a apoiar um cessar-fogo imediato no enclave, alertando que o risco de uma conflagração regional aumenta diariamente à medida que o conflito de quase quatro meses se prolonga.
"Precisamos de um cessar-fogo humanitário agora, não podemos esperar mais cem dias. Os riscos são elevados, a guerra em Gaza é claramente uma ferida aberta e está desestabilizando a região", afirmou a embaixadora dos EAU nas Nações Unidas, Lana Nusseibeh, citada pela Bloomberg.