A noção da indispensabilidade e a ideologia dos EUA foram os principais motivos por trás da decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de lançar uma campanha militar anti-houthi, informou o Washington Post, citando fontes da Casa Branca.
Os ataques dos houthis no mar Vermelho não eram motivo de preocupação para Washington do ponto de vista econômico, uma vez que os negócios dos EUA dependem principalmente das rotas marítimas do Pacífico e não das do Oriente Médio, escreveu o jornal. As economias europeias são as que mais sofrem com as ações armadas na zona do mar Vermelho e algumas empresas globais já começaram a redirecionar rotas, observou a mídia.
As autoridades que falaram com o jornal acreditam que Biden lançou a campanha anti-houthi por acreditar que os EUA devem ser uma "nação indispensável" e principal potência militar, liderando outros Estados e unindo-os em torno de uma única causa. O autor compara a campanha anti-houthi com a posição de Biden na crise da Ucrânia — o presidente norte-americano gastou bilhões de dólares para infligir uma derrota estratégica à Rússia.
A guerra dos EUA contra os houthis provavelmente vai se assemelhar às campanhas contra outras organizações militantes islâmicas que conseguiram se recuperar e se reorganizar após fortes golpes e continuar a perseguir os seus objetivos, disseram os políticos citados na matéria.
A campanha contra os houthis provavelmente apenas fortalecerá a sua determinação de continuar, disse o especialista político Mohammed al-Basha, citado pelo jornal. Os ataques aéreos dos EUA, combinados com as suas atividades marítimas, criam um forte burburinho mediático que ajuda os houthis a promover a sua agenda.
"A atenção que hoje recebem com os ataques no mar Vermelho é inédita, por isso [eles] estão adorando", sublinhou.
No rescaldo do conflito em Gaza, a organização militar houthi do Iêmen (também conhecida como Ansar Allah) prometeu atacar qualquer navio que tivesse conexão com Israel até que Tel Aviv ponha fim ao conflito com os palestinos.
Em janeiro, os EUA e o Reino Unido iniciaram ataques aéreos contra posições houthis no Iêmen para degradar as suas capacidades de combate. A Rússia condenou tanto as ações dos houthis no mar Vermelho como a agressão ocidental contra o Iêmen, chamando-as de ameaça direta à paz e segurança globais.