O Serviço Europeu de Ação Externa (EEAS, na sigla em inglês) está desenvolvendo um novo plano para fornecer assistência militar à Ucrânia, o que vai permitir aos membros da UE contornar o veto da Hungria à ajuda do bloco a Kiev, de acordo com o The Wall Street Journal.
Segundo a apuração, que teve acesso a um rascunho do plano, os membros da UE devem fornecer à Ucrânia mais de € 20 bilhões (aproximadamente R$ 107,4 bilhões) em ajuda militar durante os próximos quatro anos.
O objetivo do projeto é reembolsar vários Estados-membros pela compra conjunta de equipamento militar, incluindo munições e mísseis de defesa aérea, que seriam transferidos para a Ucrânia. Os restantes fundos vão ser utilizados para cobrir os custos do programa de formação militar de soldados ucranianos na UE.
Em 2024, o projeto vai oferecer aos países da UE cerca de € 7,5 bilhões (cerca de R$ 40,2 bilhões) em compensação pela ajuda militar. A estrutura do novo fundo vai permitir evitar as alíneas que são regularmente utilizadas pela Hungria para bloquear a ajuda ou como "alavanca" para exigir algo em troca.
Ainda de acordo com a mídia, a proposta deve ser discutida pelos líderes da UE na sua cúpula marcada para 1º de fevereiro, com uma decisão final que provavelmente levará semanas.
Em meados de dezembro, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou que o seu país tinha vetado um aumento do orçamento da UE para 2024-2027 para incluir € 50 bilhões (cerca de R$ 268,4 bilhões) em assistência macrofinanceira à Ucrânia.
"Resumo do turno da noite: veto ao dinheiro extra para a Ucrânia, veto à revisão do QFP [Quadro Financeiro Plurianual]. Voltaremos à questão no próximo ano no EUCO [Conselho Europeu] depois de uma preparação adequada", escreveu Orbán na ocasião em sua conta no X (anteriormente Twitter). No mês passado, quando questionado se Budapeste apoiaria um plano de financiamento de € 50 bilhões para Kiev antes da próxima cúpula, Orbán disse aos jornalistas que Budapeste apoia o fornecimento de mais fundos à Ucrânia pela UE "fora" do orçamento do bloco.
A Rússia alertou repetidamente que tal ajuda servirá apenas para prolongar o conflito na Ucrânia e que qualquer carga que entre na Ucrânia será considerada um alvo militar legítimo pelas forças russas.