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BNDES anuncia fomentos para desenvolver indústria naval brasileira

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta quarta-feira (24) o BNDES Azul, uma iniciativa que potencializa os projetos marítimos já em andamento. Entre os focos do projeto estão aumentar os investimentos em pesquisas na Amazônia Azul e estabelecer uma indústria naval brasileira sustentável.
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O evento, realizado no Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Vital de Oliveira H-39, contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; o ministro da Defesa, José Mucio; e o comandante de Operações Navais e diretor-geral de Navegação da Marinha, almirante de esquadra Wladmilson de Aguiar.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, chamou a atenção para o fato de que 95% das exportações brasileiras são feitas por navios, algo próximo de R$ 1,5 trilhão de reais, e alertou que "nós não temos uma frota própria". Desse modo, o setor de transporte marítimo "tem que crescer rápido no país".

"Nós já tivemos uma indústria pujante de construção naval na década de 1970. Como que o país, um dos três do mundo que constrói e certifica avião, não vai fazer, ou não pode ou não deve fazer navios? Nós precisamos fazer navios."

Segundo Mercadante, o momento atual é uma janela única para posicionar o país na vanguarda da indústria naval mundial, por conta das necessidades tecnológicas demandadas pela transição energética.
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A Organização Marítima Internacional (OMI), agência especializada da ONU que regulamenta o transporte naval, está discutindo novas regras para o setor. Apesar de só ficarem prontas em meados de 2025, é esperado que a agência imponha multas a embarcações que utilizem combustíveis de origem fóssil.
Ainda não se sabe de quanto será a penalização, mas as previsões mais pessimistas indicam que pode ser de até US$ 500 (aproximadamente R$ 2,4 mil) por tonelada, para as embarcações sem combustíveis sustentáveis.

"Então o Brasil, que tem uma logística muito mais complexa que a Austrália para colocar seus produtos na China, vai perder competitividade, vai perder mercado", alertou Mercadante.

De acordo com o presidente do BNDES, a situação se apresenta como oportuna para o Brasil "reativar os estaleiros comerciais". "Em 2022, o BNDES liberou R$ 600 milhões para a construção naval. Em 2023 foi R$ 1,2 bilhão. Neste ano eu garanto que não será menos de R$ 2 bilhões."

"O Brasil […] tem muita especialidade em etanol, biocombustíveis, além de metanol verde, amônia verde, hidrogênio verde… […] O Brasil pode sair na frente e ocupar a liderança […]. Nós temos que voltar a produzir navio, mas o navio do futuro", afirmou.

O banco de desenvolvimento pretende atrair novas iniciativas a partir da redução dos juros cobrados e de linhas de crédito mais longas, que chegam a 34 anos para investimentos portuários.

"Somos um banco de fomento, nosso objetivo não é o lucro imediato. Ninguém chega em 34 anos no mercado. É um banco público que chega, e chega porque é paciente e porque seu compromisso é com o desenvolvimento do Brasil."

Planejamento Espacial Marítimo

Outro grande projeto do BNDES Azul, em parceria com a Marinha, é o Planejamento Espacial Marítimo (PEM), que vai mapear as potencialidades econômicas das águas marítimas brasileiras, como locais aptos para aquicultura, pesca, exploração de petróleo e gás, turismo e instalação de parques eólicos.
O evento foi marcado pela liberação de R$ 7 milhões para completar o mapeamento econômico dos mares da região Sul, e pela abertura de um edital de R$ 12 milhões para o mapeamento da região Sudeste. "Os interesses que estão nos oceanos, especialmente para um país com 8,5 mil de quilômetros de costa, são decisivos para o futuro", disse Mercadante.
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"Nesse setor tão diversificado e interconectado como o marítimo, onde atividades como a navegação, a pesca, a exploração de recursos e a exploração de energias renováveis ocorrem simultaneamente, um arcabouço legal sólido é essencial para garantir a ordem e a proteção do serviço", afirmou Wladmilson de Aguiar, comandante de Operações Navais e diretor-geral de Navegação da Marinha.
"A ideia do PEM é mapear todas essas valências, todas as oportunidades e capacidades que a nossa Amazônia Azul tem em termos de recursos."

"A Marinha está fazendo o Plano Diretor do oceano e da costa brasileira", resumiu Mercadante.

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