"Abandonamos voluntariamente o petróleo russo, e precisamos obtê-lo de algum lugar. Por isso as refinarias americanas começaram novamente a olhar para a produção venezuelana", disse o chefe da associação, que reúne 600 empresas do setor de petróleo e gás do país.
Para Sommers, o esforço da administração Biden para impor um limite de preço ao petróleo russo era bem-intencionado, mas acabou sendo malsucedido.
"Já está provado que não está funcionando", disse.
Segundo ele, que já atuou como conselheiro do ex-presidente dos EUA George W. Bush, as refinarias americanas continuarão dependentes do petróleo pesado importado, uma vez que a atual infraestrutura de processamento foi originalmente criada para esse tipo de produto.
A construção da última refinaria nos Estados Unidos ocorreu em 1976, e "é muito difícil para as empresas obterem licenças não só para a construção de novas instalações, mas também para a conversão das existentes", informou ele. Ao todo, 134 empresas operam atualmente.
"É muito caro reequipar essas refinarias, então acho que você verá as refinarias americanas procurando petróleo em todo o mundo", acrescentou. "É um ambiente desafiador para as refinarias, […] dado que a demanda por gasolina está aumentando. Não seria bom que nenhuma delas fechasse."
Sanções à Rússia: tiro no pé?
Desde o começo da operação militar especial russa na Ucrânia, o Ocidente, liderado pelos países do G7, massacram a Rússia com sanções econômicas. No entanto, novos clientes e novas rotas comerciais garantem a manutenção do sucesso da exportação russa de petróleo.
Na tentativa de enfraquecer Moscou através de uma guerra por procuração usando Kiev, os países-membros do grupo, nomeadamente Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Japão e Reino Unido, estabeleceram uma série de regras para prejudicar a exportação do petróleo russo.
No entanto, mesmo com toda a pressão, a Rússia tem evitado com sucesso as sanções à maior parte das suas exportações e atualmente exporta a commodity além do limite de US$ 60 (R$ 301) por barril, alcançando valores que chegam a US$ 100 (R$ 502).
Sanções à Venezuela: meia-volta, volver
Em outubro do ano passado, os EUA aliviaram temporariamente algumas sanções sobre o petróleo, o gás e o ouro venezuelanos. A medida foi adotada depois que o governo de Nicolás Maduro e a oposição fecharam um acordo sobre as eleições deste ano no país latino.
Na semana passada, a Justiça venezuelana impediu a principal a candidata da oposição, María Corina Machado, de concorrer à presidência. Washington ameaçou retomar as sanções, mas a maioria dos investidores em títulos manteve as suas apostas em as sanções permanecerem suspensas.