Na quinta-feira (1º), após uma arrastada negociação, a União Europeia conseguiu que seus 27 Estados-membros dessem luz verde para o envio de US$ 50 bilhões em ajuda para Ucrânia. Como tem sido amplamente divulgado, a Hungria era o único país que não acordava com a medida, mas acabou cedendo após a cúpula do Conselho Europeu dois dias atrás.
Mas para obter esse resultado, de acordo com o Politico, nos últimos meses, o presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, realizaram uma "ofensiva de sedução" com o líder húngaro.
A mídia afirma que Meloni iniciou seu "trabalho diplomático" há meses, com conversas e reuniões envolvendo vários ministros e autoridades.
Nesta semana, a líder italiana falou com Orbán por telefone, encontrou-se com ele no chique Hotel Amigo, em Bruxelas, para uma conversa de uma hora, e novamente na manhã de quinta-feira (1º), antes do início da reunião que liberaria a verba para Kiev.
Ao mesmo tempo, na noite de quarta-feira (31), Macron também se reuniu com premiê, com quem há semanas tentava "construir pontes". Durante um almoço no Palácio do Eliseu, o presidente francês pediu ao líder húngaro que compartilhasse com outros chefes de Estado a sua visão sobre como integrar melhor os países do Leste Europeu.
No geral, Macron desempenhou um papel fundamental nestas negociações, explica o Politico. "Ele nunca quis antagonizar Orbán, mas sim trazê-lo a bordo. É a abordagem que está dando frutos hoje", disse uma fonte próxima do francês à mídia.
"Estas ofensivas de charme permitiram que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, iniciasse imediatamente a cúpula anunciando o tão esperado acordo", disse um funcionário informado sobre a discussão no encontro.
Michel pulou as formalidades, expondo rapidamente os detalhes do acordo com Orbán, ao qual nenhum líder se opôs, incluindo pequenas concessões à Hungria, diz a mídia.
Agora, Budapeste está sendo pressionada para liberar a entrada da Suécia na OTAN.
Senadores norte-americanos afirmaram que as boas relações entre os Estados Unidos e a Hungria poderiam ficar abaladas pela demora húngara em aprovar Estocolmo na aliança militar, com o chefe presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ben Cardin, sugerindo revogação de visto e sanções, conforme noticiado.