O Iraque proibiu oito bancos comerciais locais de se envolverem em transações em dólares dos EUA, e tomou medidas para reduzir fraudes, lavagem de dinheiro e outros usos ilegais da moeda americana, dias após a visita de um alto funcionário do Tesouro dos EUA, relatou no domingo (4) a agência britânica Reuters.
O Banco Internacional de Investimento Ahsur, o Banco de Investimento do Iraque, o Banco da União do Iraque, o Banco Islâmico Internacional do Curdistão para Investimento e Desenvolvimento, o Banco Al-Huda, o Banco Islâmico Al-Janoob para Investimento e Finanças, o Banco Islâmico da Arábia e o Banco Comercial de Hamurabi ficam, assim, proibidos de acessar o leilão diário de dólares do Banco Central do Iraque, a principal fonte de moeda forte no país.
"Elogiamos as medidas contínuas tomadas pelo Banco Central do Iraque para proteger o sistema financeiro iraquiano contra abusos, o que levou os bancos iraquianos legítimos a obterem conectividade internacional por meio de relações bancárias correspondentes", comentou um porta-voz do Tesouro dos EUA. Ele declarou que as ações são necessárias para impedir o desvio de bilhões de dólares dos EUA para grupos apoiados pelo Irã.
Reação do Iraque
Em resposta, o Comitê de Finanças do Parlamento do Iraque expressou profunda preocupação com a contínua imposição de sanções pelo Departamento do Tesouro dos EUA a bancos iraquianos, sublinhando as possíveis consequências negativas das sanções, como a limitação do banco central do país e a possível desvalorização do dinar iraquiano, além da maior dificuldade em reduzir a diferença entre as taxas oficiais e paralelas.
A declaração do comitê não pareceu condenar abertamente as sanções, mas falou em uma injustiça e pediu uma reavaliação das medidas dos Estados Unidos, que vê como prejudiciais à estabilidade financeira do Iraque.
O comitê propôs estratégias alternativas para combater o impacto dessas sanções, incluindo explorar a possibilidade de vender petróleo em moedas que não o dólar dos EUA.