O objetivo da tecnologia é identificar foragidos da Justiça, e ela também será implantada nas estações de trem e metrô. As imagens serão transmitidas em tempo real para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na região central do Rio de Janeiro.
Dentro do Sambódromo, será montado o posto avançado da 6ª Delegacia Policial, no Setor 11, e seis torres de observação estarão presentes na avenida Presidente Vargas, onde ocorre a concentração dos componentes das escolas de samba antes dos desfiles.
Ao todo, o estado vai contar com o reforço de 12,1 mil policiais para atuarem na segurança, um aumento de 5% na comparação com o passado. Outros 10 mil agentes do Corpo de Bombeiros estão de prontidão no Rio de Janeiro.
A operação Lei Seca será reforçada com diversas blitze e até os condutores dos carros alegóricos vão passar pelo teste de bafômetro.
Detectores de metal nos blocos
Já com relação aos megablocos de rua, a segurança vai contar com patrulhamentos por drone e o uso de 250 detectores de metal. Os foliões serão revistados nos acessos aos eventos, e o objetivo é apreender materiais como armas brancas, tesouras, alicates de unha e estiletes.
Ao todo, estão previstos mais de 5 milhões de foliões no Carnaval de 2024, que devem movimentar R$ 4,5 bilhões na economia do estado. A ocupação hoteleira deve chegar a 85%.
O governo fluminense vai disponibilizar ainda 46 viaturas da Patrulha Maria da Penha para prevenir o assédio e a violência contra a mulher.
Uso da tecnologia é polêmica
Em meio a crescentes preocupações sobre os recentes avanços da tecnologia de inteligência artificial, como a que será usada no Carnaval, há temores de perseguição contra as pessoas. É o que apontou o engenheiro de software e fundador da DeepAI, Kevin Baragona.
"Existem serviços on-line que podem usar uma foto sua […], e eu posso encontrar tudo […], cada instância de seu rosto na Internet, cada lugar que você esteve, e usar isso para propósitos do tipo stalker", disse o CEO da plataforma on-line que usa algoritmos de aprendizado profundo para gerar obras de arte.
A coleta massiva de dados pelo uso do reconhecimento facial é uma questão sensível. Um estudo da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) analisou cinco detectores de faces, em um conjunto de 550 mil quadros de vídeo de 365 indivíduos, e reconheceu problemas na detecção de rostos de pessoas do gênero feminino e indivíduos com idades entre 46 e 85 anos. Em quatro dos cinco detectores observados, houve maior risco de falhas com pessoas de pele escura. No caso do Brasil, país de maioria negra, esse fator é um grave componente.