Panorama internacional

Apocalipse nuclear: ex-presidente russo diz que uma guerra entre Rússia e OTAN seria 'o fim de tudo'

Dmitry Medvedev destaca que Moscou não busca um confronto militar com a aliança ocidental, mas afirma que em um eventual cenário de embate, a Rússia não teria escolha senão fazer uso de seu arsenal nuclear.
Sputnik
O ex-presidente russo Dmitry Medvedev alertou que uma eventual eclosão de uma guerra em grande escala entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não deixaria outra escolha a Moscou senão fazer uso de seu arsenal nuclear.
A declaração foi dada em uma postagem no Telegram nesta quarta-feira (7). No entanto, Medvedev, que atualmente ocupa o cargo de presidente do Conselho de Segurança da Rússia, reiterou que Moscou não está em busca de um conflito com a aliança militar ocidental liderada pelos EUA. Ele também rejeitou as declarações dadas recentemente por líderes ocidentais, que exortavam seus cidadãos a se prepararem para um potencial confronto militar com a Rússia.

"A Rússia tem afirmado repetidamente que não tem planos de iniciar um conflito com a OTAN e a UE [União Europeia], apesar de esta última continuar com uma retórica perigosa sobre o assunto", escreveu Medvedev.

Medvedev sugeriu que a narrativa europeia tem como objetivo desviar a atenção dos eleitores ocidentais dos gastos massivos em ajuda enviada à Ucrânia, um esforço do qual ele afirmou que muitos contribuintes já se cansaram.
Ele afirmou que essa fadiga provém do desejo dos líderes ocidentais de "ajudar um país moribundo e estranho aos seus contribuintes", enquanto negligenciam seus próprios problemas internos.
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"Portanto, todos os dias, os líderes desses países afirmam: 'Precisamos nos preparar para uma guerra contra a Rússia e ajudar a Ucrânia'", disse o ex-presidente russo.
Porém, Medvedev afirmou que um conflito Moscou-OTAN teria proporções muito diferentes do atual conflito ucraniano e não dependeria do uso de artilharia, tanques e drones. Ele destacou que a aliança tem uma população combinada de quase 1 bilhão de pessoas e gastos com defesa que chegam a US$ 1,5 bilhões (cerca de R$ 7,4 bilhões), o que a torna muito superior à Rússia.

"Dado que as nossas capacidades militares são incompatíveis [com as da OTAN], simplesmente não teremos escolha. A resposta será assimétrica. Para proteger a integridade territorial do nosso país, serão utilizados mísseis balísticos e de cruzeiro com ogivas especiais. Esse será o proverbial apocalipse. O fim de tudo."

Neste contexto, Medvedev instou os políticos ocidentais a contarem aos seus eleitores a "amarga verdade" sobre o que aconteceria no caso de uma guerra com a Rússia, em vez de "tratá-los como idiotas desmiolados".
As autoridades russas afirmaram repetidamente que nunca ameaçaram usar armas nucleares, mas observaram que poderiam ser utilizadas se a própria existência do Estado fosse ameaçada. Em dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que Moscou "não tem interesse geopolítico, econômico ou militar em travar uma guerra contra a OTAN". A Rússia, no entanto, argumentou que a expansão do bloco em direção às suas fronteiras representa uma ameaça existencial.
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