Em um comunicado publicado nesta quarta-feira (7), o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita reafirmou que Israel deve reconhecer um Estado palestino nos limites anteriores a 1967 a fim de normalizar os laços com Riad.
"A Arábia Saudita comunicou a sua posição firme à administração dos Estados Unidos de que não haverá relações diplomáticas com Israel a menos que um Estado palestino independente seja reconhecido na fronteira de 1967 com Jerusalém Oriental como sua capital", disse a chancelaria saudita, citada pelo The Jerusalem Post.
O país ainda acrescentou que "reitera o seu apelo aos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que ainda não reconheceram o Estado palestino, para acelerar o reconhecimento do Estado nas fronteiras de 1967 […] para que o povo palestino possa obter os seus direitos legítimos e para que uma paz abrangente e justa seja alcançada por todos".
Riad emitiu o comunicado apenas um dia após o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ter visitado a Arábia Saudita e ter se reunido com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman na segunda-feira (5).
Vale lembrar que, no mês passado, o presidente Joe Biden foi "desmentido" publicamente pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu quando disse que o premiê consideraria a opção de dois Estados após uma conversa telefônica entre os dois.
Em seguida, Netanyahu publicou uma nota dizendo que essa solução jamais seria possível, ação que evidenciou um crescente desacordo entre as lideranças.
Portanto, a visita de Blinken e o comunicado saudita logo após pode ser mais uma forma de pressão de Washington para que Tel Aviv acabe o conflito que já deixou mais de 27 mil palestinos e mais de 1.300 israelenses mortos.
Exigências do Hamas
Ontem (6), o Hamas enviou sua resposta para um acordo de cessar-fogo proposto para a Faixa de Gaza, que também envolve a libertação de reféns.
O Catar e o Egito, mediadores das negociações, confirmaram o recebimento da resposta com o primeiro-ministro e chanceler catariano Mohammed bin Abdulrahman al-Thani afirmando que o retorno do grupo palestino foi "positivo no geral".
Hoje (7), foram divulgadas algumas exigências do Hamas na resposta. O grupo pede um cessar-fogo por quatro meses e meio, durante os quais todos os reféns seriam libertados, Israel retiraria suas tropas e um acordo seria alcançado sobre o fim da guerra.
Segundo o documento visto pela BBC, durante a primeira fase de 45 dias, todas as mulheres israelenses reféns, homens de menos de 19 anos, idosos e doentes seriam libertados, em troca de mulheres e crianças palestinas detidas em prisões israelenses. Israel retiraria as tropas das áreas povoadas.
A implementação da segunda fase não começaria até que as partes concluíssem "diálogos indiretos sobre os requisitos necessários para pôr fim às operações militares mútuas e regressar à calma completa".
A segunda fase incluiria a libertação dos restantes reféns do sexo masculino e a retirada total de Israel de toda a Faixa de Gaza. Durante a terceira fase, corpos e restos mortais seriam "trocados".