Johnson, que já foi demitido de três cargos por mentir, incluindo duas vezes pelo Partido Conservador e uma vez pelo jornal The Times, classificou a entrevista como uma "trama de mentiras" e "ridícula".
No caso do jornal, em 1987, Johnson havia iniciado uma carreira de jornalista no The Times, que o demitiu um ano depois por inventar declarações.
Agora, a fala de Johnson, reproduzida no MailOnline, ecoa a ironia que apontam para seu próprio histórico problemático com a verdade.
Sua reputação manchada por escândalos — incluindo o que o afastou do cargo de premiê britânico — o torna um crítico improvável.
Carlson, conhecido por sua postura conservadora, entrevistou Putin e abordou uma série de questões complexas, sobretudo a relação da Rússia e dos países do Ocidente com a Ucrânia.
Johnson criticou a afirmação de Putin de que o governo britânico persuadiu os ucranianos a continuarem no conflito em vez de se renderem.
Na entrevista, o líder russo afirmou que Moscou nunca se recusou a negociar e, mais do que isso, em abril de 2022, russos e ucranianos estavam muito próximos de assinar um acordo de paz.
No entanto, o Ocidente — na figura de políticos como Boris Johnson e Joe Biden — atrapalhou o processo negociador. Johnson, pessoalmente, viajou até Kiev em abril de 2022 para dissuadir Vladimir Zelensky quanto ao processo de negociações de paz em andamento, no que teve êxito.
"Poderíamos ter parado essas hostilidades há um ano e meio", afirmou Putin. Entretanto, conforme acrescentou, naquele momento a Ucrânia preferiu atender às demandas do então primeiro-ministro do Reino Unido e abandonar as negociações com os russos.
Além disso, no artigo publicado no MailOnline, Johnson implorou aos parlamentares republicanos dos EUA a deixarem de bloquear ajuda financeira a Kiev. "Pelo amor de Deus, lembrem-se de quem vocês são. Vocês são descendentes de Ronald Reagan."
O ex-primeiro-ministro foi um dos primeiros líderes do Ocidente a visitar Kiev durante a operação especial russa.
À época, integrantes das forças militares do Reino Unido entenderam que tal movimentação se tratava de uma "busca por publicidade".