"Poderíamos ter parado essas hostilidades há um ano e meio", afirmou Putin. Entretanto, conforme acrescentou, naquele momento a Ucrânia preferiu atender às demandas do então primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e abandonar as negociações com a Rússia.
"O fato do governo ucraniano ter obedecido à demanda do Boris Johnson, de abandonar as negociações com a Rússia me parece ridículo e muito triste porque como o sr. Arakhamiya [delegado ucraniano nas negociações] colocou: [...] Onde está o Boris Johnson agora?", questionou.
Putin também apontou interferência dos EUA nas negociações para o conflito que se arrasta há quase dois anos.
"Se o governo Zelensky se recusou a negociar, presumo que o fez sob instruções de Washington", ponderou.
Durante a conversa com Carlson, Putin explicou que o atual conflito foi iniciado pelos ucranianos, em uma guerra começada pelos neonazistas, em 2014, e a Ucrânia, sob o controle dos Estados Unidos, "declarou que não cumpriu os Acordos de Minsk".
"Nós nos propusemos repetidamente buscar solução para os problemas que surgiram na Ucrânia após 2014. Poderiam ter sido discutidos por meios pacíficos, mas ninguém nos ouviu", afirmou o presidente russo.
Em paralelo ao não cumprimento do acordo, segundo Putin, os territórios das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (RPD e RPL) começaram a ser explorados por estruturas militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), sob o pretexto de atuar com centros de formação e requalificação de pessoal.
"Eles basicamente começaram a criar bases militares lá, foi isso que aconteceu", resumiu Putin.
Por outro lado, Putin alegou ainda que a OTAN tenta assustar a população com uma "ameaça russa imaginária", ao falarem sobre a possibilidade de um conflito nuclear.
Entretanto, afirmou que as pessoas que assimilam que isso não é real não são as pessoas comuns, mas os analistas e aqueles que estão envolvidos com o cotidiano da política.
"Estes conseguem entender perfeitamente que se trata de uma farsa", concluiu.