"A decisão sobre o que fazer com os ativos congelados da Rússia é exclusivamente dos países que estão detendo esses ativos e [depende] das negociações entre eles", disse.
Gopinath fez o comentário ao ser questionada sobre a possibilidade de tomar ativos russos congelados e destiná-los à reconstrução da Ucrânia.
Embora tenha dito que o FMI não estaria envolvido nas discussões e decisões dos países sobre os ativos russos congelados, será avaliado "o impacto de quaisquer decisões que sejam tomadas por países-membros ou na economia global", acrescentou Gopinath.
Plano 'legalmente invulnerável'
O G7 e a União Europeia (UE) discutem há meses um plano para confiscar ativos russos congelados em bancos ocidentais e depois enviá-los a Kiev. Desta vez, foi desenvolvido um projeto "juridicamente invulnerável" na Bélgica, disse a mídia ocidental.
O financiamento a Kiev virá de títulos de cupom zero emitidos por países ocidentais, que serão garantidos por ativos do Banco Central da Rússia congelados em países ocidentais, informa a mídia. Com esse plano, concebido pela Bélgica, que congelou 191 bilhões de euros (cerca de R$ 1,02 trilhão) russos, o Ocidente "começará a financiar Kiev agora" e adiará a questão do confisco dos fundos.
Segundo o projeto, "após o fim da guerra" os aliados vão exigir que a Rússia pague a dívida e, "se não concordar em fazê-lo, confiscarão os seus bens soberanos".
De acordo com o jornal Financial Times, a Alemanha e a França declararam a necessidade de encontrar um mecanismo "legalmente invulnerável" para confiscar fundos russos, temendo que um simples confisco pudesse minar a confiança de outros países no Ocidente como um lugar seguro para armazenar ativos até que o G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) se torne um pária global.