O Irã, temeroso de provocar um confronto direto com Washington, pediu ao Hezbollah e a outros movimentos armados no Oriente Médio que demonstrassem moderação em relação às forças dos EUA na região, escreveu no domingo (18) o jornal norte-americano The Washington Post (WP).
"Quando as forças dos EUA atacaram grupos apoiados pelo Irã no Iêmen, na Síria e no Iraque neste mês, Teerã advertiu publicamente que suas Forças Armadas estavam prontas para responder a qualquer ameaça. No entanto, os líderes seniores pediram cautela em particular, de acordo com responsáveis libaneses e iraquianos informados sobre as negociações", informou o veículo de imprensa.
O WP relatou que dias depois de o grupo xiita iraquiano Kataib Hezbollah ter reivindicado a responsabilidade por um ataque que matou três reservistas americanos, um comandante militar iraniano desembarcou em Bagdá e exigiu que os líderes do movimento emitissem uma declaração de suspensão dos ataques a alvos americanos. Um responsável iraquiano disse ao jornal que os líderes concordaram relutantemente em fazer isso.
Uma fonte do movimento xiita libanês Hezbollah revelou à mídia norte-americana que as autoridades iranianas disseram aos membros do movimento, em uma reunião no Líbano em fevereiro, que não estavam interessadas em dar ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, uma justificativa para iniciar uma guerra mais ampla no Líbano ou em qualquer outro lugar.
O Comando Central dos EUA (CENTCOM) disse anteriormente que os militares americanos atingiram um alvo no Iraque em 7 de fevereiro, matando um comandante do Kataib Hezbollah que Washington via como responsável pelo planejamento e participação em ataques às suas bases na região. O grupo, predominantemente baseado no Iraque, é suspeito, segundo os americanos, de atacar sua base na fronteira entre a Jordânia e a Síria, onde três soldados foram mortos e mais de 40 ficaram feridos, em 28 de janeiro.
Ao mesmo tempo, o movimento Kataib Hezbollah anunciava a suspensão das operações contra as Forças Armadas dos EUA no Oriente Médio. Em resposta, o Pentágono sublinhou que "as ações falam mais alto do que as palavras".