Em meio à polêmica em torno das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a operação militar de Israel na Faixa de Gaza, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, disse que a fala do mandatário "sacudiu o mundo".
"A fala do Lula sacudiu o mundo e desencadeou um movimento de emoções que pode ajudar a resolver uma questão que a frieza dos interesses políticos foi incapaz de solucionar", afirmou o ex-chanceler em mensagem enviada à Folha de S.Paulo.
No domingo (18), ao conceder uma entrevista coletiva no encerramento de sua viagem à Etiópia, o presidente brasileiro afirmou que o que está acontecendo com os palestinos aconteceu em outro momento da história, "quando Hitler resolveu matar os judeus".
O comentário gerou forte repercussão em Tel Aviv com o chanceler israelense, Israel Katz, levando o embaixador do Brasil no país, Frederico Meyer, ao Yad Vashem, o Museu do Holocausto, e lá declarou em hebraico que Lula se tornou persona non grata. O movimento foi visto com a intenção de humilhar o embaixador.
Em seguida, Lula convocou Meyer ao Brasil e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, chamou o embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zohar Zonshine.
Oficialmente, o Ministério das Relações Exteriores de Israel informou à CNN na manhã desta terça-feira (20) que não há mudança na posição e a posição anunciada por Tel Aviv ontem (19). Uma fonte da diplomacia israelense afirmou à mídia que, neste momento, não estão previstas medidas adicionais, como a suspensão de relações diplomáticas.
A campanha militar israelense deixou 29 mil palestinos mortos desde o ataque do Hamas em 7 de outubro. Do lado israelense, cerca de 1.330 pessoas foram mortas, segundo a AP News.