"A política dos EUA em relação a certos países da Ásia baseia-se, por vezes, na combinação de ignorância e arrogância. Arrogância, porque eles são um país grande, porque eles pensam em si mesmos como uma superpotência, eles acham que sabem de tudo. Mas não sabem. Eles não conhecem a cultura e os valores de outros países. E a ignorância, porque eles não entendem pessoas desses lugares. É por isso que eles falharam no Afeganistão, é por isso que falharam no Iraque", disse Sayed na entrevista.
Estas são as mesmas razões pelas quais os EUA estão "em declínio" agora e têm estado assim por algum tempo, acrescentou o político paquistanês.
O senador explicou que ele viveu nos EUA, concluiu um mestrado de uma das universidades mais respeitadas dos EUA em Washington – Georgetown, e trabalhou no Congresso dos EUA como estagiário. No entanto, o país mudou muito desde então e os EUA que ele conhecia "eram diferentes".
"Os EUA que eu conhecia eram uma sociedade muito forte e inclusiva, acolhedora para estrangeiros. Eles eram multiculturais e multirreligiosos. Agora vejo muita paranoia e muita xenofobia nos EUA. Eles invocam ameaça chinesa, a ameaça russa, a ameaça islâmica [...]. Isso é um absurdo. Eles estão voltando aos anos 50. Então, para mim, os EUA modernos são uma América muito estranha, exclusiva e divisível", ressaltou o senador paquistanês.
Em outubro de 2001, uma coalizão liderada pelos EUA lançou uma invasão ao Afeganistão. No entanto, o Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista) assumiu o poder no Afeganistão em agosto de 2021, provocando o colapso do governo apoiado pelos EUA e acelerando a retirada das tropas de Washington. Em 31 de agosto do mesmo ano, as forças dos EUA completaram sua retirada do país, terminando a presença militar de 20 anos.
As tropas dos EUA retiraram-se do Iraque em dezembro de 2011. Apesar disso, até hoje, os EUA e as forças da coalizão seguem sendo uma presença militar notável no país, com bases militares.