No domingo (18), Lula disse que a intervenção de Israel em Gaza "não é uma guerra, mas genocídio" e comparou o evento ao Holocausto, "quando Hitler decidiu matar os judeus". Na segunda-feira (19), o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, convocou o embaixador brasileiro Frederico Meyer ao memorial Yad Vashem, dedicado às vítimas do Holocausto, e o repreendeu pelos comentários do presidente brasileiro, chamando-os de "um ataque antissemita extremamente sério". Katz também declarou Lula persona non grata.
"Expresso minha total solidariedade ao presidente brasileiro Lula. Um genocídio está ocorrendo em Gaza, milhares de crianças, mulheres e idosos estão sendo covardemente assassinados. Lula simplesmente disse a verdade, e a verdade deveria ser defendida, caso contrário a barbárie nos destruirá", escreveu Petro no X (antigo Twitter).
Toda a região deve se unir para "acabar imediatamente com a violência na Palestina", disse o líder colombiano, acrescentando que a recente decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) deverá resultar em "consequências" para Israel nas suas relações diplomáticas com todos os países do mundo.
O conflito em Gaza já dura mais de quatro meses, desde que o Hamas lançou ataques contra Israel, matando 1,2 mil pessoas. Israel respondeu com uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, que já resultou na morte de mais de 28 mil pessoas.
Em 24 de novembro, o Catar mediou um acordo entre Israel e o Hamas sobre uma trégua temporária e a troca de alguns dos prisioneiros e reféns, bem como a entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. O cessar-fogo foi prorrogado várias vezes e expirou em 1º de dezembro. Acredita-se que mais de 100 reféns ainda estejam detidos pelo Hamas em Gaza.
Já em janeiro de 2024, o TIJ decidiu sobre medidas provisórias no caso levado pela África do Sul contra Israel alegando genocídio na Faixa de Gaza. O tribunal ordenou que Israel tomasse medidas urgentes para prevenir atos de genocídio e garantir o fluxo de ajuda humanitária para o enclave. Ao mesmo tempo, a TIJ não ordenou um cessar-fogo imediato em Gaza.