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Líder do governo no Senado diz que expressou discordância a Lula sobre declaração polêmica

O senador e líder do governo no Senado, Jaques Wagner (BA), compartilhou nesta terça-feira (20) detalhes de uma conversa que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual expressou sua discordância em relação à comparação feita por ele entre a guerra na Faixa de Gaza e o Holocausto.
Sputnik
Wagner, um dos aliados mais próximos de Lula, destacou que considerou inadequado o uso do Holocausto em comparações, especialmente considerando suas próprias raízes judaicas. Ainda assim, ele ressaltou que não tiraria "uma palavra" do que foi dito.
Lula fez a comparação durante viagem oficial à Etiópia, onde criticou os ataques de Israel em Gaza.

"Ao presidente Lula, eu disse: 'Não tiro uma palavra do que vossa excelência disse, a não ser o final, que, na minha opinião, não se traz à baila o episódio do Holocausto para nenhuma comparação, porque fere sentimentos, inclusive meus, de familiares perdidos naquele episódio'."

A declaração de Lula gerou forte reação do governo de Israel, que exigiu uma retratação do presidente brasileiro. O chanceler israelense, Israel Katz, considerou as palavras de Lula "promíscuas" e "delirantes", pedindo um pedido de desculpas imediato.
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Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, criticou a resposta de Israel, classificando-a como "insólita" e "revoltante".
Vieira destacou que a postura israelense de distorcer declarações e recorrer à linguagem ofensiva é inaceitável em relações diplomáticas entre países amigos.
"Uma chancelaria dirigir-se dessa forma a um chefe de Estado, de um país amigo, o presidente Lula, é algo insólito e revoltante. Uma chancelaria recorrer sistematicamente à distorção de declarações e a mentiras é ofensivo e grave", afirmou Vieira.
O governo brasileiro também refutou as alegações de que Lula estaria negando o Holocausto, rejeitando veementemente tais acusações como "mentirosas".
Em declarações às agências de notícias internacionais Reuters e Bloomberg, Vieira destacou que a conduta de Katz é uma tentativa de distorcer as posições do Brasil para fins políticos internos.
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