Wagner, um dos aliados mais próximos de Lula, destacou que considerou inadequado o uso do Holocausto em comparações, especialmente considerando suas próprias raízes judaicas. Ainda assim, ele ressaltou que não tiraria "uma palavra" do que foi dito.
Lula fez a comparação durante viagem oficial à Etiópia, onde criticou os ataques de Israel em Gaza.
"Ao presidente Lula, eu disse: 'Não tiro uma palavra do que vossa excelência disse, a não ser o final, que, na minha opinião, não se traz à baila o episódio do Holocausto para nenhuma comparação, porque fere sentimentos, inclusive meus, de familiares perdidos naquele episódio'."
A declaração de Lula gerou forte reação do governo de Israel, que exigiu uma retratação do presidente brasileiro. O chanceler israelense, Israel Katz, considerou as palavras de Lula "promíscuas" e "delirantes", pedindo um pedido de desculpas imediato.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, criticou a resposta de Israel, classificando-a como "insólita" e "revoltante".
Vieira destacou que a postura israelense de distorcer declarações e recorrer à linguagem ofensiva é inaceitável em relações diplomáticas entre países amigos.
"Uma chancelaria dirigir-se dessa forma a um chefe de Estado, de um país amigo, o presidente Lula, é algo insólito e revoltante. Uma chancelaria recorrer sistematicamente à distorção de declarações e a mentiras é ofensivo e grave", afirmou Vieira.
O governo brasileiro também refutou as alegações de que Lula estaria negando o Holocausto, rejeitando veementemente tais acusações como "mentirosas".
Em declarações às agências de notícias internacionais Reuters e Bloomberg, Vieira destacou que a conduta de Katz é uma tentativa de distorcer as posições do Brasil para fins políticos internos.