Um artigo recente na revista Time, escrito por Anatol Lieven, diretor do programa para a Eurásia do think tank Quincy Institute (QI), oferece uma análise realista das perspectivas para a Ucrânia.
O texto destaca que, diante da recaptura de Avdeevka pela Rússia, a Ucrânia se vê obrigada a reconhecer uma nova realidade militar. Enquanto os Estados Unidos parecem apoiar a defesa ucraniana até o fim das eleições presidenciais, na esperança de desgastar Moscou, Lieven ressalta que a estratégia pode resultar em uma maior perda de território por parte de Kiev.
Entretanto ele destaca que alguns ucranianos estão dispostos a aceitar a perda de território em troca de um acordo de paz que evite a prolongação do conflito, em um cenário com perspectivas limitadas de sucesso para o país comandado por Vladimir Zelensky.
Lieven pondera que "os defensores de uma vitória total da Ucrânia têm esperanças que variam do excessivamente otimista ao mágico". Ele critica a noção mágica, apoiada por alguns, incluindo o general reformado do Exército dos EUA Ben Hodges, de "derrotar a Rússia e até mesmo expulsá-la da Crimeia através de bombardeios com mísseis de longo alcance", classificando tal ideia como "loucura".
A perspectiva de prolongar o conflito para prejudicar a Rússia é considerada mais realista, mas zero possível. Lieven destaca que isso depende de a Rússia seguir as regras impostas por Kiev e de os Estados Unidos estarem dispostos a participar desse jogo.
A Rússia demonstrou sua superioridade em artilharia e munições, disparando significativamente mais projéteis do que as forças ucranianas, conforme observado pelo analista. Lieven afirma que "a administração Biden está certa em alertar que, sem uma ajuda militar maciça adicional dos EUA, a resistência ucraniana provavelmente entrará em colapso este ano".