No início do mês, o governo argentino autorizou o envio da aeronave aos Estados Unidos. "No deserto do Arizona, o governo dos EUA mantém um cemitério com mais de 5 mil aviões, o que prejudica o meio ambiente do planeta. Ontem eles destruíram o avião da Emtrasur para desmoralizar o povo venezuelano e demonstrar sua natureza imperial", declarou o ministro Ramón Velázquez.
Antes da denúncia das autoridades venezuelanas, o Departamento de Justiça dos EUA informou que havia confiscado um avião Boeing 747 da companhia aérea venezuelana, que, segundo Washington, pertencia anteriormente à empresa iraniana Mahan Air, ligada ao Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês).
Conforme o órgão norte-americano, a empresa adquiriu a aeronave em violação às sanções e, apesar da mudança de proprietário, o capitão continuou sendo um ex-comandante do IRGC e membro do conselho da companhia aérea iraniana Qeshm Fars Ai.
Entre fevereiro e maio de 2022, o avião teria realizado voos entre Caracas, Moscou e Teerã, em violação a restrições impostas por Washington. Já em junho do mesmo ano, a aeronave foi apreendida no aeroporto de Ezeiza, na Argentina, após pedido das autoridades dos EUA.
Disfarçado de voo militar
Segundo a mídia argentina, a decisão do tribunal argentino de entregar o avião foi tomada no início de janeiro e imediatamente contestada pelo advogado representante da Venezuela. Em fevereiro, a mídia venezuelana relatou que a aeronave foi levada para a Flórida, nos EUA, disfarçada como voo militar, o que permitiu evitar a falta de permissão de voo da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês) em diferentes espaços aéreos.