De acordo com o blog da jornalista Andrea Sadi, a investigação encontrou no celular da deputada os documentos falsos inseridos por Delgatti nos sistemas do Judiciário, que argumentou no inquérito que a conduta de Zambelli foi 'incompatível' com o mandato.
Os documentos incluem uma falsa ordem de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com sua assinatura. Ainda segundo o blog, no celular da deputada foram encontrados também uma ordem de quebra do sigilo bancário de Moraes, gerada no computador de Delgatti, recibos de bloqueio de bens de Moraes, no valor de R$ 22,9 milhões e R$ 500 mil.
Delgatti Neto, conhecido por ter invadido e divulgado informações dos telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato, dando origem à "Vaza Jato", foi preso em junho do ano passado. À polícia, ele afirmou ter sido contratado pela deputada federal Carla Zambelli para forjar os documentos.
Ele já havia sido preso outras duas vezes: em 2019, durante a Operação Spoofing, que desarticulou uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos, segundo a PF, e em 2020, quando foi acusado de invasão quando estava proibido de usar a Internet.
Em 10 de agosto de 2022, Zambelli levou Delgatti ao Palácio da Alvorada para um encontro o então presidente Jair Bolsonaro. Ainda segundo o hacker, o ex-presidente questionou se ele conseguiria invadir urnas eletrônicas, para testar a lisura dos equipamentos.
O relatório da PF será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se denuncia ou não Carla Zambelli ao Supremo Tribunal Federal.