Na sua mensagem anual à Assembleia Federal nesta quinta-feira (29), Putin defendeu o fortalecimento das relações com os países latino-americanos. Ele acrescentou que é importante que a Rússia procure novos pontos de convergência e aprofunde todo o leque de parcerias, especialmente com os colegas árabes e sul-americanos.
Quanto ao discurso do presidente, Sanz indicou que "assistimos um discurso sóbrio, conciso e direto do presidente Putin, como sempre, claramente estruturado". O analista fez um paralelo entre as palavras do chefe de Estado russo e líderes ocidentais, "cujos critérios parecem mudar todos os dias".
"Podemos nos referir ao [presidente francês Emmanuel] Macron como exemplo. Um dia ele lidera uma rebelião contra a OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], outro dia propõe enviar forças francesas para a Ucrânia e praticamente desencadear uma guerra", enfatizou.
O analista deu ainda outros exemplos do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, com a entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN. Além disso, chamou a atenção para a atitude da Alemanha "em relação à terrível e gravíssima sabotagem que sofreu no seu interesse nacional com a explosão do Nord Stream".
Ainda sobre a América Latina, Sanz acrescentou que é necessário admitir que os Estados Unidos "continuam a ter hegemonia ou pelo menos primazia nesse aspecto".
"A cultura, a música, o estilo de vida e o vestuário foram claramente estabelecidos durante a era da globalização e, nesse aspecto, a Rússia tem que superar décadas de influência, especialmente no continente latino-americano e em outras partes do mundo. Considero absolutamente necessário para a Rússia começar a entrar nessa luta, apesar das dificuldades que enfrentarão", finalizou.
Neste dia 29 de fevereiro, Vladimir Putin comunicou a sua mensagem anual à Assembleia Federal. O presidente fez um balanço da situação do país e traçou as principais linhas de ação na política interna e externa para os próximos seis anos.