Falando em um fórum do Instituto Lowy, na Austrália, o presidente Ferdinand Marcos Jr. disse, nesta segunda-feira (4), que estava comprometido em trabalhar com os países do Sudeste Asiático e com Pequim para criar um código de conduta ancorado no direito internacional, há muito adiado no mar do Sul da China, e que não entregará nenhum território filipino a uma potência estrangeira.
Ao mesmo tempo, Marcos disse que a aliança das Filipinas com os Estados Unidos foi forjada "por nossa própria escolha, e continuamos a fortalecê-la por nossa própria escolha". O presidente filipino disse também que aprovou a terceira fase do plano de aquisição das Forças Armadas das Filipinas para apoiar o novo foco do país, que passou da defesa interna para a externa.
A presença norte-americana na região tem sido um fator determinante para aflorar os conflitos. Em dezembro do ano passado, o Diário do Povo, mídia estatal chinesa, culpou os EUA pela escalada da tensão ao afirmar que as Filipinas dependem de apoio externo, ao passo que ignoram a moderação chinesa e provocam a soberania de Pequim.
Em coletiva de imprensa, também realizada nesta segunda-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, ressaltou que a posição de Pequim é clara e consistente, frente aos ataques à soberania chinesa e a transgressão aos interesses marítimos do país.
Mao Ning, durante sua fala, rechaçou também uma acusação feita pelo ministro das Relações Exteriores filipino, Enrique Manalo, de que Pequim estaria assediando navios filipinos no mar do Sul da China. Ela afirmou que as ações realizadas no território marítimo são para defender os direitos e interesses chineses e estão de acordo com a lei.
As tensões entre Pequim e Manila em torno do mar do Sul da China vêm aumentando nos últimos meses. A China reivindica a maior parte das águas da região, que tem sido palco de crescentes disputas nos últimos anos. Muitas dessas disputas contam com o envolvimento direto dos Estados Unidos, que, a fim de defender seus interesses no local, usam seu tratado de defesa com Manila, segundo Pequim, para ameaçar e provocar a China.