De acordo com o Global Times (GT), à medida que a corrida global pela computação quântica continua a aquecer os motores e os EUA seguem reprimindo a ascensão tecnológica da China, "são necessários maiores esforços para fazer avanços em áreas-chave que enfrentam bloqueios tecnológicos por parte do Ocidente", afirmou o vice-diretor do Laboratório-chave de Informação Quântica da Academia Chinesa de Ciências, Guo Guoping, que também é deputado da Assembleia Popular Nacional (APN), o mais alto órgão legislativo da China.
Ainda de acordo com a mídia, cientistas chineses revelaram um computador quântico supercondutor de terceira geração conhecido como Origin Wukong, desenvolvido pela Origin Quantum em janeiro. O equipamento foi baseado na primeira linha de produção de chips quânticos da China, no primeiro sistema operacional de computador quântico e no primeiro sistema de medição e controle de computação quântica que marcaram a primeira realização na China de testes automatizados em lote de chips quânticos.
A entrega desse computador tornou a China o terceiro país do mundo com a capacidade de fornecer um computador quântico completo, consolidando a posição de liderança do país na pesquisa de computação quântica depois de alcançar a superioridade quântica, disse Guo ao GT.
Guo também é cientista-chefe da Origin Quantum Computing Technology Co, uma empresa líder em tecnologia quântica com sede na província de Anhui, no leste da China. A empresa afirmou à apuração do GT que seu computador quântico Origin Wukong se tornou operacional e foi aberto a usuários globais no dia 6 de janeiro.
Como cientista chinês no desenvolvimento de tecnologias quânticas, Guo e sua equipe estão envolvidos em pesquisas há 21 anos. Ele disse ao GT que Origin Wukong completou 160.000 tarefas de computação quântica para usuários globais até 26 de fevereiro.
O número de vezes que foi acessado remotamente de mais de 104 países ao redor do mundo ultrapassou 2 milhões.
Entre eles, o número de usuários estrangeiros dos EUA, Canadá e Rússia ficou entre os três primeiros, respectivamente.
Na arena global, os EUA e a China são considerados líderes nesta área, e muitos especialistas acreditam que os EUA ainda têm uma vantagem, informou a Reuters.
Alguns relatos da mídia ocidental afirmaram que a China assumiu uma clara liderança na área da comunicação quântica, mas em termos de desenvolvimento de qubits fotônicos e computadores quânticos com correção de erros, os EUA ainda têm uma vantagem.
A concorrência no mercado global de computação quântica é acirrada. Entretanto, existe uma lacuna entre a China e o Ocidente na aplicação industrial da computação quântica. A IBM, com sede nos EUA, fez avanços significativos com dezenas de computadores quânticos supercondutores implantados em todo o mundo.
A China ainda precisa de acumulação de longo prazo na aplicação industrial da computação quântica e, para Guo, há necessidade de políticas de apoio a nível estatal e de mais investimento para garantir que as pesquisas se transformem em aplicações.
"Desenvolver e expandir as cadeias de fabricação próprias da China para dispositivos de computação quântica é meu foco principal nas duas sessões deste ano", disse Guo ao GT, acrescentando que o campo da computação quântica se tornou o principal campo de batalha para a futura competição estratégica da China.
De acordo com a sua proposta partilhada com a mídia, Guo apelou à promoção da integração profunda da computação quântica e das indústrias relacionadas, bem como à aceleração do desenvolvimento sucessivo da indústria na China.
Ele propôs acelerar a melhoria do poder da computação quântica da China, a fim de desenvolver novas forças produtivas.
"É crucial aplicar computadores quânticos supercondutores desenvolvidos internamente em vários setores industriais para apoiar o desenvolvimento de alta qualidade na China, melhorando a eficiência da produção e impulsionando a inovação", disse ele.
Guo fez várias propostas, tais como a necessidade de realizar um planejamento estratégico de médio e longo prazo para promover o crescimento da indústria, impulsionando o investimento e nutrindo talentos.
Para o especialista, os governos e as empresas devem enfrentar conjuntamente os principais problemas para colocar os computadores quânticos em uso o mais rápido possível, e vários clusters industriais devem ser criados em áreas que incluem biomedicina, aeroespacial, novos materiais, finanças e inteligência artificial.